Grã-Bretanha promete ajuda de US$ 15 bilhões para educação

Ministro das Finanças britânico prometeu a quantia até 2015, para ajudar o progresso da educação nos países em desenvolvimento

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, anunciou nesta segunda-feira, em Moçambique, que o Reino Unido vai contribuir com US$ 15 bilhões para o progresso da educação nos países em desenvolvimento até 2015. O compromisso britânico de financiar a Campanha Global de Educação (GCE) vai permitir a abertura de escolas, a compra de equipamentos e a contratação de professores por dez anos. Será uma oportunidade real para todas as crianças em idade escolar, disse Brown, numa cerimônia no palácio presidencial de Ponta Vermelha, em Maputo. Brown anunciou o financiamento na presença do presidente moçambicano, Armando Guebuza, e do Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela. Ele explicou que Moçambique foi o país escolhido para lançar o plano por seus avanços significativos na área da educação. Até a independência, em 1975, só 7% da população moçambicana era alfabetizada. Mas, em 2000, o número tinha chegado a 39,5%, segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Guebuza ressaltou que, apesar dos avanços, atualmente 800 mil crianças moçambicanas estão fora da escola. Entre outras dificuldades, o país enfrenta a falta de professores e de instalações escolares. Segundo Brown, o lançamento da iniciativa mundial materializa uma promessa do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, em 2005, de levar o "acesso à educação para todos". O economista britânico descreveu como "escandalosa" a situação da educação pelo mundo. De acordo com os seus cálculos, "atualmente, cerca de 100 milhões de crianças não têm acesso à educação". "A Grã-Bretanha vai apelar a outros países industrializados para que destinem recursos significativos e, assim, possamos cumprir os Objetivos do Milênio para o desenvolvimento", disse Brown. Ele afirmou que "não se trata de prometer assistência para amanhã. É preciso atuar hoje, para que cada criança do mundo tenha a oportunidade". Na sua última reunião de cúpula, no ano passado, os líderes do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) anunciaram que até 2010 seus governos poderão destinar cerca de US$ 25 bilhões em assistência à África. A ajuda total a todos os países em desenvolvimento chegará a US$ 50 bilhões de dólares. Um relatório da GCE destaca que até 2015 serão necessários 15 milhões de professores a mais em todo o mundo, para garantir que todas as crianças possam ir à escola. Em Moçambique, apesar da construção de 6 mil escolas por ano, 1 milhão de crianças ainda não têm aulas, diz o documento da GCE. São necessários 55 mil professores para alcançar a meta de um para cada 40 alunos, segundo a recomendação da ONU. A média atual é de um mestre para cada 75 estudantes, segundo números do Ministério de Educação e Cultura moçambicano. E uma análise do Pnud prevê que a proporção vai piorar, com 17% dos professores morrendo de aids até 2010.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.