Governo diz que demitirá grevistas das Fatecs e ETEs

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Por Agencia Estado
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O governo paulista anunciou que vai demitir os professores das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e das Escolas Técnicas Estaduais (ETEs) que estão em greve. Nesta quinta-feira, os diretores das unidades paradas - total ou parcialmente - começam a receber uma ordem da Secretaria de Ciência e Tecnologia para que façam um levantamento dos nomes de todos os docentes faltosos. Segundo balanço do governo, dos 5.161 contratados, 1.064 estão parados. A greve começou no dia 16 de fevereiro em algumas ETEs. No início de março, as Fatecs aderiram ao movimento. Os professores reivindicam reposição salarial de 72,22% - perda acumulada desde 1996. Dos 15 mil alunos das 17 Fatecs, 11 mil estão sem aulas. Dos 85 mil alunos das 105 ETEs, cerca de 20,5 mil - segundo a secretaria - estão com a grade de aulas comprometidas. Levantamento e inquéritos "Espero que as demissões não ocorram. Espero que voltem ao trabalho. Mas o rito me obriga a abrir esse processo", disse o secretário João Carlos Meireles, durante entrevista coletiva na quarta-feira. Ele acredita que, em uma semana ou em dez dias, o levantamento sobre os grevistas esteja pronto. A partir daí, o governo começa a abrir inquéritos administrativos. Os professores terão 15 dias para se defender. No lugar dos eventuais afastados, o governo chamaria temporários ou concursados, que ainda não estão dando aulas. "Como qualquer empresa, o funcionário celetista (contratado pela Consolidação das Leis Trabalhistas, como são os professores de Etes e Fatecs) pode ser afastado por abandono de emprego após 30 dias de faltas corridas ou 45 dias de faltas alternadas", disse Meireles. Enfraquecer ou acirrar A secretária-geral do sindicato dos professores e funcionários das escolas técnicas, Silvia Elena de Lima, reconhece que a medida pode enfraquecer o movimento. Mas, para Marcelo Capuano, da comissão de docentes das Fatecs, o efeito pode ser inverso: revoltar os professores e acirrar a greve. As duas entidades se reúnem separadamente nesta quinta para avaliar quais os próximos passos do movimento após o anúncio do governo. Desde o início da paralisação, a secretaria sustenta que não pode conceder um centavo de reajuste ao funcionalismo para não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal - que limita os gastos com salários. A expectativa, porém, é que a arrecadação do Estado nesses primeiros quatro meses do ano seja maior do que a dos anteriores, permitindo assim ao governo negociar reajustes.

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