Governo diz que 2,9% das crianças brasileiras não vão à escola

Cerca de 809 mil crianças entre 7 e 14 anos não freqüentaram a escola em 2004

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo divulgou nesta quarta-feira uma pesquisa que afirma que aproximadamente 809 mil crianças e adolescentes de sete a 14 anos, que representam 2,9% dos 28 milhões de brasileiros com idade para cursar a educação básica, não foram à escola em 2004. O número de brasileiros dessa faixa etária que não estudaram em 2004 foi quase quatro vezes menor que o registrado 12 anos antes, segundo o relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A quantidade de crianças não matriculadas na educação básica caiu de 11,4% em 1993 para 5,3% em 1998 e para 2,9 % em 2004, diz o estudo, que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios. Dos 809 mil menores que não foram à escola em 2004, 362 mil disseram que não conseguiram se matricular por falta de documentos, por alguma doença ou por incapacidade, enquanto outros 261 mil afirmaram que não quiseram estudar. A pesquisa também revelou que, dos cerca de 60,1 milhões de brasileiros com menos de 18 anos, 15,8 milhões (26,3%) não passaram pela escola ou por alguma creche em 2004. Destes últimos, sete milhões deixaram de se matricular por falta de acesso, de documentação ou por doença, outros 5,3 milhões porque não quiseram estudar e o restante porque precisava trabalhar. Entre as crianças e adolescentes de quatro a 17 anos, com idade para estarem matriculados em creches ou em instituições de educação primária e secundária, 12% não freqüentaram a escola. Dos 42,7 milhões de quatro a 17 anos matriculados na escola, 36,2 milhões estudavam na rede pública e 6,5 milhões em escolas particulares. Entre as crianças de quatro a seis anos, quase três milhões não foram matriculadas em creches por causa da baixa oferta do serviço, que é muito reduzido nas áreas rurais. Dos 11,5 milhões de crianças com até três anos, 1,5 milhão estudou em creches. A pesquisa deixou claro que, a medida que aumenta a renda familiar, aumenta a taxa de escolarização e de comparecimento à escola. Nas famílias com renda menor que um salário mínimo mensal per capita, 16,8% dos menores de quatro a 17 anos não foram à escola. Esse percentual caiu 3,3% nas famílias com renda mensal superior a dois salários mínimos. Os analistas do estudo atribuíram o aumento das matrículas em parte ao aumento do número de escolas públicas que oferecem alimentação aos estudantes. Dos 42,7 milhões de estudantes de 4 a 17 anos, 32,7 milhões estudavam em escolas que ofereciam merenda escolar.

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