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Governo de SP vai investir R$ 1,4 bilhão em 17 novos centros de pesquisa

O motante, também financiado por universidades paulistas, será pago em 11 anos

Por Davi Lira
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin anunciou oficialmente nesta quinta-feira (6) os 17 novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os Centros, que reúnem cerca de 500 cientistas do Estado e 68 de outros países, serão custeados pela Fapesp e pelas universidades paulistas. O custo total dos centros será de R$ 1,4 bilhão. O orçamento compreende os 11 anos de duração do programa.

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Do montante repassado aos projetos, R$ 760 milhões serão pagos pela agência de fomento estadual. Os outros R$ 640 milhões serão repassados pelas universidades para pagamento de pesquisadores e técnicos. Além das três instituições estaduais - USP, Unicamp e Unesp -, participam também do programa o Instituto Butantã e a Universidade Federal de São Carlos.

"O grande diferencial desse tipo de fomento é que os grupos de cientistas terão apoio a longo prazo para melhor trabalhar com seus problemas de pesquisa. E todos esses centros têm um caráter fortemente multidisciplinar", afirma Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.A aplicabilidade das pesquisas desenvolvidas pelos centros nos setores comercial, industrial e social é outro aspecto destacado por Brito.

Na cerimônia oficial de apresentação, Alckmin afirmou como sendo "essencial" o papel da pesquisa como instrumento de desenvolvimento do País. "Hoje é um dia muito importante, os 17 Cepids estão sendo lançados. Nós temos um investimento proporcional ao PIB como um dos mais elevados do mundo", disse o governador.

Dez dos 17 Cepids estão sediados em municípios paulistas do interior: Araraquara, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto. Além das atividades de pesquisas, os centros também são responsáveis por oferecer atividades de extensão voltadas para o ensino fundamental e médio e para o público em geral.

Pesquisa

O Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco, vinculado à USP, foi um dos Cepids selecionados. Segundo Mayana Zatz, coordenadora geral da unidade, com a seleção será possível aprofundar as pesquisas do centro.

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"É a segunda vez que somos selecionados. Na primeira, em 2000, as pesquisas focaram no mapeamento de novos genes responsáveis por doenças genéticas. Agora, pretendemos ampliar as pesquisas sobre genética e instabilidade genômica associadas ao envelhecimento e a doenças degenerativas", fala Mayana.

Mapeie seu DNA: seja um voluntário da pesquisa “80 mais” da USP

O Centro sobre Genoma e Humano e Células-Tronco contará com investimentos de cerca de R$ 6 milhões anuais.Desafios

Mesmo elogiando a iniciativa de criação de novos centros de pesquisa, o economista Claudio de Moura Castro, ex-diretor da agência federal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), alerta para alguns problemas ainda enfrentados pelos pesquisadores.

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"São muito bem-vindos os Cepids, mas ainda precisamos desburocratizar mais a Ciência brasileira. A burocracia pública é muito lenta. Os recursos para os pesquisadores geralmente atrasam. Trabalhar com Ciência e Tecnologia requer um tratamento mais rápido", fala Castro.

Para Darcy de Almeida, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (Sbpc) outro aspecto pode dificultar o andamento das pesquisas. "É preciso melhor instrumentalizarmos o processo de liberação de verbas. A tramitação dos pedidos ainda é muito lenta, e ainda são sujeitos a cortes. Isso não deve ocorrer", fala Almeida.

A pesquisadora da USP diz que ainda há uma outra questão que dificulta o andamento das pesquisas. "Precisamos desburocratizar o processo de importação de insumos para as pesquisas. Levamos meses para consegui-los. Em outros países, o prazo é mais reduzido”, diz Mayana Zatz, da USP.

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Sobre o programa

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De 2000 até 2013, a Fapesp já havia financiado um primeiro conjunto de 11 Cepids. Oito deles foram novamente contemplados, mas com novos direcionamentos dos projetos e das linhas de pesquisa. No segundo edital, das 90 propostas apresentadas, 17 foram aprovadas:

Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Descoberta de Novas Drogas Centro de Pesquisa em Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular Centro de Terapia Celular Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica Centro de Estudos da Metrópole Centro de Pesquisa em Alimentos Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros Centro de Pesquisa em Matemática Aplicada à Indústria Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia Centro para o Estudo da Violência Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina Centro de Pesquisa em Ciência e Engenharia Computacional Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais