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Governo de SP atrasa pagamento de bolsas para docentes

Professores começaram curso de preparação em 9 de agosto e até agora não receberam pagamento

Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

Professores que fazem o curso preparatório para o ingresso na rede estadual de ensino afirmam que o governo paulista atrasou o pagamento da bolsa a que eles têm direito. Etapa obrigatória do concurso público para a carreira docente, o curso começou em 9 de agosto e, no regulamento divulgado no início do mês passado, prevê bolsa de 75% do salário-base do cargo – o que representa cerca de R$ 1.300 – “a cada período correspondente a um mês de curso”.

 

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Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual da Educação afirmou ontem que o pagamento deverá ser feito até a próxima sexta-feira, dia 17, na conta indicada pelos docentes. A pasta não considera atraso o que ocorreu e sustenta que se trata de um período necessário para que o pagamento possa ser liquidado após o trâmite obrigatório em todas as esferas do governo estadual que cuidam da despesa, como a Secretaria da Fazenda.

 

“Completou um mês na quinta-feira passada (dia 9), mas pior que isso é que não nos deram nenhuma posição oficial. Isso gera um monte de boatos”, diz uma professora que participa do curso e não quis se identificar. “Todo mundo, de certa maneira, conta com esse dinheiro. Alguns anteciparam gastos para comprar computador ou aumentar a velocidade (da banda larga, pré-requisito para atividades online)”.

 

Realizado pela primeira vez neste ano, o curso de formação específica para professor da rede estadual dura quatro meses, tem encontros presenciais e a maioria das atividades é online. Para pagamento da bolsa mensal é exigido o cumprimento de 75% das atividades propostas. Os egressos do curso só darão aulas no início do ano letivo de 2011.

 

“É desestimulante. Fizemos faculdade, licenciatura, depois concurso, agora um curso e a bolsa não vem. Parece que querem que a gente desista”, diz outra docente, que também pediu anonimato.

 

O curso de formação foi criado com o objetivo de qualificar melhor os professores ingressantes. Antes, quem passava no concurso era automaticamente convocado a lecionar nas escolas estaduais. Os temporários (não concursados) também passaram a ser avaliados, com uma prova de seleção específica. Dos 236 mil servidores do quadro do magistério, 113 mil são temporários, ou 48% da rede.

 

O último concurso teve 10.083 vagas para professores do ensino fundamental e médio.

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