
09 de novembro de 2018 | 16h00
LONDRES - A Escócia está tornando obrigatório que escolas do governo ensinem questões LGBT+ aos alunos, em uma ação destinada a combater a homofobia e a discriminação descrita pelo governo como a primeira no mundo.
O governo afirmou que as escolas serão requeridas a adotar um currículo “LGBT+ inclusivo”, incluindo temas como o combate à homofobia, bifobia e transfobia, e promovendo a conscientização sobre a história dos movimentos LGBT.
“A Escócia será o primeiro país no mundo a ter uma educação LGBT+ incluída no currículo”, diz anúncio publicado na última quinta-feira, 9. O vice-primeiro ministro John Swinney afirmou que era "vital que o currículo seja tão diverso quanto são os jovens que aprendem em nossas escolas".
Ativistas disseram que a ação envia uma "mensagem forte e clara" de que os alunos LGBT+ foram valorizados na Escócia. “Essa é uma vitória momentânea para nossa campanha, e um momento histórico”, disse à agência Reuters Jordan Daly, do movimento Time for Inclusive Education (Hora da Educação Inclusiva), que fez campanha para a mudança. “Isso envia uma mensagem forte e clara para os jovens LGBT+ de que eles estão valorizados aqui na Escócia.”
Mais de 40% dos estudantes LGBT+ da Escócia disseram que não foram ensinados sobre questões de sexualidade, de acordo com uma pesquisa de 2017 da campanha britânica Stonewall (ligada à defesa da população LGBT). Apenas 22% aprenderam sobre sexo seguro em relações do mesmo sexo, o estudo apontou.
“Sob essas novas propostas, professores terão acesso a recursos e o treinamento de que eles precisam para criar ambientes de aprendizado mais inclusivos e para dar melhor apoio aos estudantes LGBT”, disse Colin Macfarlane, diretor da Stonewall Escócia.
A Escócia só descriminalizou a homossexualidade em 1980, 13 anos depois da Inglaterra e do País de Gales. Mesmo assim, ela foi listada como a nação mais tolerante e gay-friendly da Europa em 2016 pelo Índice Arco-Íris, compilado pela grupo ativista ILGA-Europa (seção européia da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais)
O anúncio vem depois de ativistas pela igualdade afirmarem que a revisão da educação sexual planejada para as escolas do governo falhava em atender as necessidades dos estudantes LGBT+.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.