A segunda fase do vestibular da Fuvest começou neste domingo, 6, em todo o Estado e trouxe poucas surpresas para os mais de 30 mil candidatos convocados. Com 2.651 faltosos, o índice de abstenção foi de 8,5%, ligeiramente superior ao do ano passado, quando 8,15% não compareceram.
Para o professor do Cursinho da Poli André Valente, tanto a redação, que tinha como tema o capitalismo e a sociedade de consumo, como a prova de português, com dez questões, não fugiram ao que era esperado. “A avaliação teve a cara da Fuvest, sem grandes surpresas”, afirma.
Segundo ele, os enunciados foram diretos e os textos, não muito longos. A maior parte das questões exigiu interpretação de texto. “Quando apareceu gramática, caiu de forma aplicada e não conceitual”, diz Valente.
As questões que exigiram um conteúdo mais técnico da língua portuguesa cobraram conhecimentos sobre concordância verbal, sujeito posposto e o uso de vírgula.
Quatro obras literárias de leitura obrigatória foram exigidas na avaliação: Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, Til, de José de Alencar, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade. “Há aqui um recado da Fuvest, que está dando uma atenção maior para a lista de livros obrigatórios e parece que pretende cobrá-los sempre”, diz Valente. As obras já tinham sido cobradas na primeira fase.
O tema da redação, que propôs uma discussão sobre o consumismo, foi considerado familiar pelos estudantes. “Foi algo bem comum e a proposta de um texto opinativo foi algo que ajudou bastante”, conta o estudante Henrique Moraes, de 17 anos, candidato de Veterinária. Ele fez a prova em Campinas.
Para Valente, porém, a proposta poderia criar armadilhas. “É um tema aparentemente simples, mas que apresenta certa dificuldade por trazer à tona uma discussão que normalmente é evitada pela juventude”, afirma.
Equívoco
O estudante fluminense Reinaldo Machado, de 17 anos, confundiu o local de prova e perdeu o vestibular por 30 minutos. Ele chegou às 13h30 ao câmpus da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. Antes, tinha ido à UMC de Mogi, mas não encontrou seu nome na lista dos candidatos que fariam o exame naquele câmpus.
Ao encontrar os portões fechados, o jovem ficou desesperado. Depois de chorar por 10 minutos, Reinaldo disse que foi ontem à UMC de Mogi, mas não pôde ver a lista de candidatos porque não tinha acesso ao prédio. O estudante afirma que obteve de funcionários da UMC a confirmação de que aquele era o local correto de prova, apesar de seu cartão de inscrição trazer um endereço da capital.
Em Taubaté, onde 262 fizeram a prova, o forte mormaço e a temperatura na faixa de 30ºC foram um desafio extra.
Amanhã a prova terá 16 questões de disciplinas do núcleo comum obrigatório do ensino médio (história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês). Os portões serão abertos às 12h30 e fechados às 13h. / CARLOS LORDELO, CRISTIANE NASCIMENTO, GERSON MONTEIRO e RICARDO BRANDT