Fuvest foi exigente na primeira prova, dizem professores

Algumas disciplinas, como matemática, foram consideradas mais difíceis em relação à prova do ano passado

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Por Agencia Estado
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Veja como foi a prova da primeira fase da Fuvest 2004, na opinião dos professores dos cursos Objetivo e Etapa. Português Mais curta do que em anos anteriores, a prova de português buscou identificar no candidato, principalmente, a capacidade de reflexão. De acordo com o professor do Curso Objetivo Fernando Teixeira de Andrade, as questões eram simples, bem elaboradas e estavam divididas igualmente entre gramática, interpretação de texto e leitura visual. "A prova privilegiou o bom operador lingüístico e é isso que se imagina como qualidade para um universitário", comentou. Para ele, alguns dos textos de interpretação estavam mais bem selecionados este ano. "Há pelo menos um texto mais inteligente de Marcelo Gleiser", opina. Geografia Os alunos precisaram interpretar muitos gráficos, tabelas e mapas para resolver as questões desta prova, bastante ilustrada. A professora Vera Lúcia Antunes, do Objetivo, considerou a prova "criativa e extremamente inteligente", por unir conceitos de geografia ao mundo do aluno. Ela cita como exemplo a questão que solicitava a escala mais adequada para representar os mapas do campus da USP. Temas atuais, como a biopirataria e plataformas de petróleo, também estavam presentes. "Foi exigido vocabulário geográfico dos candidatos, mas mesmo as questões mais difíceis estavam claras." Matemática A prova de matemática foi claramente mais difícil que a de 2002, sem questões de resolução imediata. A avaliação é do professor Edmilson Motta, coordenador da disciplina no Curso Etapa. O conjunto das questões exigiu bastante atenção dos candidatos, já que cada uma apresentava um tipo de dificuldade e era preciso algum tempo para perceber as armadilhas. Segundo Motta, deve ter sido difícil respeitar o tempo de três minutos por questão. As mais complicadas foram sobre análise combinatória, progressão aritmética e propriedades do logaritmo, que já havia caído na prova do no ano passado e teve o maior índice de erros. História Das 12 questões de história, ao menos 6 pediam interpretação apurada. "Mas não chegavam a ser trabalhosas", diz o professor do Objetivo, Francisco Alves da Silva. "Sobraram minutos de lambuja para resolver outras matérias." Ele crê que os alunos tenham gostado da prova, por causa das questões originais. "A Revolução Mexicana foi abordada através de uma pintura de Rivera", exemplifica. Para ele, apenas a última questão, sobre invasões americanas no Afeganistão e no Iraque, exigiu mais tempo. "Embora curta, poderia provocar dúvida entre o texto apresentado e o que os vestibulandos conheciam do assunto." Física Entre as 12 questões de física, apenas duas estavam difíceis, na avaliação dos professores Newton Villas Boas, do Objetivo, e Marcelo Monte Forte da Fonseca, do Etapa. As perguntas eram relacionadas a temas de óptica e eletrodinâmica. "Além do conhecimento, o aluno precisava ter um pouco de perspicácia nessas duas", afirmou Villas Boas. Para Fonseca, foi uma prova sem pegadinhas e exigiu raciocínio prático. "Algumas questões podiam ser respondidas com conteúdo de ensino fundamental, bastava ter capacidade de observação", afirma. Química "De média a difícil, como no ano passado" - foi a opinião do professor Antônio Mário Salles, do Objetivo, sobre a prova de química. "Os enunciados longos, com gráficos, exigiram muito raciocínio dos alunos." As questões abordaram, porém, temas ligados ao dia-a-dia ou atuais, como a que perguntava qual era a impureza existente no Celobar, produto usado como contraste radiológico que matou pelo menos 24 pessoas no Brasil neste ano. Em outra, para descobrir o elemento reciclável existente nas latinhas de refrigerante (alumínio), os candidatos precisavam associar a tabela periódica a um jogo de dados. Biologia A prova de biologia não exigiu conhecimento de detalhes nem de exceções raríssimas. Houve questões sobre clones, menstruação e fotossíntese. Os temas foram abordados de maneira geral. "Nenhuma pergunta foi dada de graça, mas também não era preciso arrancar os cabelos", diz o professor Marcelo Alex Leal, do Objetivo. Para ele, os assuntos foram bem distribuídos ao longo da prova e sem duplas interpretações. "Estava adequada, com dificuldade média. A exigência maior vem na segunda etapa". Na opinião do professor, alunos bem preparados "resolveram a prova com tranquilidade". Biologia Dois textos e oito questões com opções também em inglês. A prova de língua estrangeira da Fuvest manteve o nível dos anos anteriores, com a única diferença de que a parte de gramática foi abolida. Os textos foram extraídos de publicações recentes e exigiam capacidade de leitura e interpretação. O segundo, sobre o uso da língua em escolas de ex-colônias inglesas na África, era mais fácil de entender, com vocabulário mais comum. Para a professora Maria Cristina Armaganijan, do Objetivo, a avaliação foi tranqüila, mas pedia hábito de leitura dos candidatos. Não havia pegadinhas e as questões não tomavam muito tempo dos alunos.

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