Finep busca reaproximação com universidades para inovação

Financiadora de Estudos e Projetos tem R$ 500 milhões para estimular produção de conhecimento

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Por Agencia Estado
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A ênfase da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, no atual governo, será estimular mais intensamente a produção de conhecimento e de inovação nas universidades e em empresas com maior tradição em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A Finep conta este ano com caixa de R$ 500 milhões para o financiamento de estudos e projetos de inovação. A implementação da diretriz do governo Lula está nas mãos do físico Sergio Machado Rezende, pesquisador que já foi financiado pela Finep quando atuava na Universidade Federal de Pernambuco. "O coração do projeto deve ser de inovação de produto, de processos, de serviços", afirma Rezende, na presidência da Finep desde fevereiro. Ele acredita que a financiadora, nos últimos anos, aproximou-se muito das empresas e afastou-se das universidades. "Queremos aumentar o financiamento para as empresas e nos reaproximar das universidades, onde são realizadas mais de 80% das pesquisas brasileiras." Para ele, o hiato entre pesquisa acadêmica e desenvolvimento de produtos pelas companhias é um problema da cultura brasileira e não apenas das universidades. "É necessário estar presente, chamando a comunidade universitária para entender e aconselhar a Finep e, eventualmente, fazer com que esse conhecimento vá com maior intensidade para as empresas. Precisamos financiar toda a cadeia de conhecimento." Política clara Ele acredita que, nesse sentido, muito poderá ser feito. "A área de ciência e tecnologia brasileira foi criada há 40 anos, no máximo. Em quatro anos é possível fazer muita coisa, desde que haja recursos e haja uma política clara", avalia. O projeto com a Oxiteno, aprovado na gestão anterior, mas com assinatura do contrato e liberação de verbas no final de julho, ilustra como deve ser a essência das pesquisas financiadas pela Finep. A Oxiteno, descreve Rezende, tem interação com dez grupos universitários. "Há vários projetos de grupos acadêmicos financiados pelo fundo Verde-Amarelo (de estímulo à Interação Universidade-Empresa e formado por recursos do Cide e de IPI) que desenvolvem produtos diretamente de interesse deles". Recursos mais rápidos Hoje a Finep conta com uma carteira de projetos voltados a empresas de mais de R$ 500 milhões. Uma das metas da gestão atual na Finep é reduzir o prazo entre a entrega de um plano de estudo e a liberação efetiva dos recursos. "O financiamento para empresas raramente é concedido com menos de seis meses e há casos que demoram 18 meses. Isso é muito tempo, principalmente para empresas de tecnologia." Por isso, a Finep passará a exigir uma consulta prévia, antes da proposta detalhada. "Vamos responder de forma mais rápida se a pesquisa se enquadra." Embora a verba dos fundos setoriais - formados por contribuições sobre o faturamento de empresas ou sobre o resultado de exploração de recursos naturais da União - tenham sido contingenciados em 50%, o presidente da Finep avalia que haverá aumento dos repasses. Isso porque, segundo ele, o limite de desempenho aprovado pela União não foi utilizado nos exercícios anteriores. "Em 2002, o orçamento era de R$ 829,5 milhões, mas só foram executados R$ 316 milhões. Neste ano, foram orçados R$ 600 milhões e autorizados, por enquanto, R$ 500 milhões."

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