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FGV vai apurar suspeita de plágio em dissertação de mestrado de novo ministro do MEC

Economista apontou nas redes sociais trechos idênticos entre dissertação de mestrado de Decotelli e relatório de banco; ministério ainda não se manifestou

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Por Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou neste sábado, 27, que vai investigar a suspeita de plágio na dissertação de mestrado do novo ministro da Educação, Carlos Decotelli.O economista Thomas Conti apontou, no Twitter, possíveis indícios de cópia no trabalho, de 2008. Ele citou trechosna dissertação idênticos a um relatório do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

Carlos Alberto Decotelli, o novo ministro da Educação Foto: Andre Sousa/MEC

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 "A Fundação Getúlio Vargas vai apurar os fatos referentes à denúncia de plágio na dissertação do Ministro Carlos Alberto Decotelli. A FGV está localizando o professor orientador da dissertação para que ele possa prestar informações acerca do assunto", informou a instituição de ensino. Procurado, o MEC não se manifestou. O Estadão não conseguiu contato diretamente com Decotelli. 

"Para quem não tem familiaridade com o mundo acadêmico, embora a dissertação dele seja sobre a governança corporativa do Banrisul, não se copia e cola trechos escritos por outra pessoa sem deixar claro que é uma citação e de onde vem a citação. Ainda mais em trechos longos assim", escreveu Conti no Twitter, sobre o mestrado de Decotelli. 

Diploma de doutorado foi desmentido por reitor argentino

O título de doutor do novo ministro da Educação também está sob questionamentos.Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, disse ao Estadão na sexta-feira, 26, que Decotelli não concluiu o curso. "Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar".

O ministro inicialmente negou a declaração de Bartolacci e chegou a mostrar certificado de conclusão de disciplinas à reportagem. "É verdade. Pergunte lá para o reitor", disse Decoletti na sexta-feira ao Estadão. Questionado se havia defendido a tese, requisito para obter o título de doutor, o ministro não respondeu.

No fim do dia, o novo titular do MEC atualizou o seu currículo na plataforma 'Lattes', do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele passou a declarar que teve "créditos concluídos" no curso de doutorado, em 2009. No campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: "Sem defesa de tese".

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