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FGV inova curso de Economia

No método ativo de aprendizagem,alunos partem de problemas para entender teoria

Por Paulo Saldaña
Atualização:

"Um terreno está à venda por um preço baixo porque não é plano. Sua metragem é de 20 m de frente e 30 m de profundidade, mas a altura é dada pela função z=f(x,y)=1600-x²-y². Um comprador pensa em comprá-lo e manda aplainá-lo sem perder um grama de terra nesse processo. Sua preocupação é se ele ainda vai estar acima do nível da rua o suficiente para evitar os curiosos."

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O texto-problema está no telão da sala de aula e é lido pelo "aluno líder", que faz a mediação da discussão. Outros estudantes fazem intervenções mostrando desenvoltura em vocabulários com equações, funções, x, y e z, apesar de estarem apenas no 1.º semestre de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Está confuso. Ou sou só eu que não entendo?", pergunta Mayra Ivanoff, no meio dos alunos. Está tudo complicado mesmo. E, ao lembrar que Mayra é a professora, fica a indagação por que, afinal, ela não explica a matéria e tira todos daquela situação.

Mas a ideia é essa: provocar, dar dicas e deixar os alunos encontrarem a resposta. "Aprendendo assim aprende-se muito mais", diz Mayra, que também é coordenadora do curso.

A aula exemplifica a reformulação que o curso passou neste ano, quando foi adotado o método baseado na Solução de Problemas e Desenvolvimento de Projetos (PBL). Pela primeira vez, o modelo é usado em uma graduação no País.

O PBL é um método ativo de aprendizagem, no qual os alunos partem de problemas reais ou situações específicas e desenvolvem projetos para entender as teorias. Em nada lembra os probleminhas de cartilha: no método, há pré-discussões na sala, seguidas de estudos realizados em grupo e individualmente, até chegar às discussões finais, com a participação de todos.

Os alunos têm aprovado. "Cada tutorial (que traz um problema) procura conduzir a discussão com coisas específicas", diz Daniel Marcondes, de 20 anos. A colega Mariana Ferrari, de 19, já tinha cursado Economia em outra escola e sentiu a diferença. "É muito mais dinâmico. A gente vê mais conteúdo, e aprofundado. Mas tem de estudar mais."

Os docentes foram buscar as referências no exterior, principalmente nas universidades de Maastricht (Holanda) e de Aalborg (Dinamarca). Aqui, toda a grade foi ou será alterada. A nova didática foi iniciada com a turma do 1.º ano em 2013 e, assim que a turma seguir a graduação, todo o curso será alterado.

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