FGV cria curso de graduação em Direito

A Fundação Getúlio Vargas lança em 2005 seu primeiro curso de graduação em Direito, com a oferta de 50 vagas para período integral

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Edesp), que há três anos oferece cursos de pós-graduação e educação continuada, lança em 2005 seu primeiro curso de graduação em Direito, com a oferta de 50 vagas para período integral. O Direito da FGV terá uma carga horária de 5.200 horas, acima da média de 3.500 horas dos cursos tradicionais, em cinco anos de curso. O curso, que pretende ser um contraponto ao modelo tradicional de ensino hoje existente no Direito, já recebeu a recomendação da OAB-SP, da OAB-SP e dos inspetores do MEC. Segundo os coordenadores do curso, falta apenas o ministro Christovam Buarque assinar a portaria para a criação do curso. Se tudo correr conforme o previsto, o primeiro vestibular será realizado no segundo semestre de 2004. Segundo o coordenador do curso, o advogado e professor Ary Oswaldo Mattos Filho, a decisão de criar o curso nasceu da constatação, por meio de pesquisa, que existe em São Paulo uma demanda por profissionais que anda não é atendida, principalmente na área de elaboração de negócios. Em razão dessa falta de profissionais com formação mais ampla, a proposta do Direito da FGV é incluir no currículo, por exemplo, as áreas de finanças, contabilidade, microeconomia, macroeconomia, meio ambiente e informática. Para conquistar sua fatia de mercado entre as 667 escolas de Direito do País, a FGV-Edesp tem em mira aquele aluno que, após a graduação, quer fazer mestrado no Exterior justamente em busca da atualização profissional. Esse aluno, geralmente de alto poder aquisitivo, gasta cerca de US$ 100 mil ao ano em uma pós no estrangeiro. Pelo diferencial de currículo, a proposta da FGV-Edesp é oferecer, já na graduação, toda a atualização profissional disponível, evitando que o aluno tenha de estudar fora do País para se qualificar. A preços de hoje, a mensalidade do novo curso de Direito seria de R$ 3 mil. Uma equipe especial está criando material didático próprio, adaptado à grade curricular do curso, uma sinergia entre Administração, Economia (os cursos de graduação já existentes na FGV) e Direito. "Os alunos terão aulas dentro de outros cursos. Não será um curso guiado por códigos, mas pelos objetos do Direito", destaca Mattos Filho. A tradicional grade curricular do Direito está sendo desestruturada para seguir um modelo semelhante ao de conceituadas escolas, como Harvard, Columbia e Princeton. A grade da FGV-EDESP traz quatro ciclos (num total de 5 anos de estudo). Os três primeiros ciclos (3 anos) são em período integral e vão abordar as leis e as organizações, além de enfatizar a formação humanista do aluno. No 4º ciclo - de dois anos, com carga horária variável ? o estudante pode optar entre especialização em um dos ramos do Direito, graduação concomitante em economia ou administração, dedicação à pesquisa, ou conclusão do curso no exterior, em uma das escolas conveniadas da FGV na Europa ou Estados Unidos.

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