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Federais do Rio devem montar calendário único de início das aulas, defende UFF

Medida serviria de precaução à possibilidade de a liminar que suspendeu o Enem não ser derrubada e a divulgação dos resultados atrasar

Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - O pró-reitor de Assuntos Acadêmicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sidney Mello, defende que as universidades federais do Rio se reúnam para montar um calendário único de início das aulas, caso a liminar que suspendeu o Enem não seja derrubada e a divulgação dos resultados atrase.

 

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A intenção é evitar que se repita o mesmo quadro do início deste ano, quando a classificação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi divulgada somente em abril, por conta do atraso no Enem passado, cujas provas haviam vazado. Houve uma reação em cadeia: alunos matriculados em outras instituições migraram para a UFRJ esvaziando turmas inteiras. E as universidades tiveram de fazer reclassificações, com alunos novos entrando em meio às primeiras provas do semestre. Só a UFF convocou 722 candidatos depois da divulgação do resultado da UFRJ. Outros 281 estudantes foram remanejados para o primeiro semestre.

 

“Nós fazemos parte de um sistema, com universidades federais próximas de nós. Vamos ter de chegar a um consenso, um calendário único para evitar a migração de alunos depois do início das aulas, como aconteceu esse ano. Recompusemos todas as vagas ociosas, mas em 2011 não vai acontecer isso”, afirmou Mello.

 

Ele ressaltou que o assunto tem sido visto com cautela pela instituição, que seleciona apenas 20% dos seus alunos pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que leva em conta as notas do Enem. É a menor porcentagem entre as federais do Estado – a UFRJ seleciona 60% dos alunos, já a Universidade do Rio de Janeiro (UniRio) e a a Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) têm o Enem como único acesso.

 

“Nós entramos com 20% no Sisu porque estamos avaliando o processo de seleção, e não porque temíamos alguma falha. A UFF entende que o Enem é um exame oportuno para avaliar o ensino médio. Mas queríamos avaliar os alunos no processo de seleção - as provas do Enem, o perfil dos alunos que entram, o desempenho desses alunos - para ter uma referência do nosso processo de seleção”, afirmou.

 

Tanto a Unirio quanto a UFRJ informaram que não pretendem fazer mudanças no processo de seleção. “Vamos nos adequar ao que for decidido pelo MEC. Nosso calendário é flexível. Nós acreditamos que o Enem é a melhor forma de inclusão do estudante no ensino público federal”, afirmou o reitor em exercício da Unirio, Luiz Pedro San Gil Jutuca.

 

Já o pró-reitor de graduação da UFRJ, Eduardo Mach Queiroz, ressaltou que o vestibular próprio da instituição e o Enem são “processos independentes”.

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