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Fatec e alunos exigem explicação da PM por violência

Direção da faculdade e Centro Acadêmico denunciam à Corregedoria abusos de PMs que feriram estudantes

Por Agencia Estado
Atualização:

A direção da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São Paulo e o Centro Acadêmico registraram queixa na Corregedoria da PM contra supostos abusos cometidos na operação de segunda-feira. Na ocasião, para conter o avanço dos alunos em direção à pista da Avenida Tiradentes, em frente à entrada principal do estabelecimento, a Tropa de Choque lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou com balas de borracha contra os alunos, ferindo pelo menos 19 jovens. A Corregedoria, que fiscaliza os procedimentos da corporação, vai instaurar um Inquérito Policial Militar para apurar o caso. Na ocasião, para conter o avanço dos alunos em direção à pista da Avenida Tiradentes, em frente à entrada principal do estabelecimento a Tropa de Choque da Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou com balas de borracha contra os alunos, ferindo mais de 19 jovens, segundo cálculos do Centro Acadêmico. Os estudantes faziam uma manifestação reivindicando, entre outras coisas, um maior repasse de verbas para a instituição de ensino. Direção da Fatec Para o diretor da Fatec-SP, Dirceu D´Alkmin Telles, a ação dos policiais foi equivocada. "Levei sete alunos durante a noite para que o exame de corpo de delito fosse providenciado. Está certo que um ou outro estudante pode ter exagerado, mas a manifestação era totalmente pacífica e organizada. Eles poderiam ter pedido o recuo dos jovens, não precisavam atirar antes", disse. "Nossa unidade jamais viveu algo do tipo", argumentou o diretor. Professores Muitos professores presenciaram a movimentação dos policiais. A docente Silvia Lucas, 40 anos, disse que a tropa avançou sobre os estudantes "de forma estúpida". "Os meninos estavam obedecendo a ordem de ficar apenas na calçada. Mas mesmo assim a tropa chegou atirando, como se fosse uma rebelião em presídio", acusa. Segundo ela, os policias chegaram a atirar para dentro da escola. "As armas estavam entre as grades, atirando em gente que nem participava da reivindicação. Alguns oficiais passavam por nós jogando gás pimenta mesmo quando tudo já havia acabado", revela. Alunos Um dos alunos feridos na manifestação, Silvio Clarette, 19 anos, levou quatro pontos na cabeça depois que uma bala de borracha o atingiu. "Estava afastado do foco da confusão, mas mesmo assim acabei baleado. Os policiais estavam atirando como loucos", conta. O estudante, ainda sangrando, foi levado por amigos para receber socorros médicos. Uma nota oficial divulgada na terça-feira pela PM informa que "os manifestantes se recusaram a sair ´da Avenida Tiradentes´ e foi necessário o uso da força policial para liberar o trânsito na importante avenida que serve de acesso entre as regiões Sul e Norte da Capital".

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