PUBLICIDADE

Falta de professores causa protesto no Rio

Sindicato afirma que faltam 10 profissionais na rede pública. Para o governo, há má distribuição de pessoal

Por Agencia Estado
Atualização:

Alunos, pais de alunos, professores da rede estadual e representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe) fizeram na quinta-feira manifestação em frente à Secretaria de Educação do Estado, no centro, contra a aglutinação de turmas para suprir a falta de professores. Na hora do almoço, foram recebidos pelo subsecretário de Educação, Rivo Gianini, e pelo coordenador de Ensino de Jovens e Adultos, Hylton Miguel Castro, mas saíram insatisfeitos e sem promessa de uma solução a curto prazo. O problema existe, segundo o Sepe, há anos, mas agravou-se em agosto com a determinação da secretaria de agrupar turmas nas disciplinas com carência de professores. Para a subsecretária de Planejamento Pedagógico, Glória Roland, não há falta e sim má distribuição dos professores. "São 90 mil para 1 5 milhão de alunos, ou seja, um para cada 17 estudantes ", calcula. "Juntamos turmas menores que o mínimo determinado pela secretaria (25 nas classes da 1ª à 4ª série do ensino fundamental e 35 nas séries seguintes) e estamos levantando a situação de cada escola para chamar os concursados ou contratar os professores. O levantamento termina em breve, só não posso precisar quando", justificou. O Sepe garante ter enviado esse estudo no início do ano à secretaria para evitar que os estudantes ficassem mais uma vez sem aulas. "Há um déficit de 10 mil professores, acentuado em matérias exatas (química, física e matemática) porque a iniciativa privada paga mais que o Estado nesta área", enumerou um dos cinco coordenadores do Sepe, Marco Túlio Paolino. "O problema é geral, mas a região mais carente é a Baixada Fluminense, especialmente de São João do Meriti, Duque de Caxias e Nilópolis. Em Petrópolis também é grave." A professora de história Rosângela Maria de Souza, da Escola Estadual Nuta Bartelet James, no bairro de Olinda, em Nilópolis, é um exemplo da estatística do Sepe. Com pós-graduação, ela recebe R$ 970,00 por mês e conta que aos 38 alunos de sua turma da 7ª série somaram-se mais 15 que estavam atrasados na matéria prevista. "Devo decidir se prossigo sem ligar para os que chegaram ou desacelero o curso para socorrê-los", explica. "No fim do ano, se eles não tiverem aprendido, não posso reprová-los porque não terá sido culpa deles."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.