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Falha técnica impede a inscrição de alunos no Ciência sem Fronteiras

Universitários não conseguem se inscrever no programa por erro na nomenclatura de seus cursos

Por Cristiane Nascimento e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Uma falha técnica no processo de inscrição do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) tem impedido a participação de alunos dos cursos Sistemas da Informação e Design de instituições de todo o País. Apesar de seus cursos estarem entre os contemplados pelo programa do governo federal, os estudantes não conseguem efetuar a inscrição devido a um erro de nomenclatura. De acordo com os universitários, no formulário há apenas as opções 'Análise de Sistemas da Informação' e 'Desenho Industrial - Design Gráfico' ou 'Desenho Industrial - Design do Produto', 'Desenho Industrial - Comunicação Visual', etc. - nomenclaturas que foram modificadas já há alguns anos sob orientação do próprio Ministério da Educação (MEC). Ao escolherem uma dessas opções, os estudantes são informados, via sistema, que a sua universidade não oferece tal curso. O problema apareceu somente depois da publicação do último edital, em novembro, que trouxe a especificação dos cursos elegíveis. Nos editais anteriores, apenas as áreas eram citadas. "O problema é grave e parece que o governo tem ignorado isso", diz Guilherme Chagas Moreira, de 22 anos, aluno de Sistemas de Informação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). "Mesmo sendo graduando de um curso de uma área prioritária para o governo, não consigo me inscrever", diz o estudante, que pretende aplicar para alguma instituição da Austrália. Desde o final de novembro, os estudantes têm cobrado uma solução do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgãos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao MEC, respectivamente. Segundo os estudantes, nada ainda foi feito. O período de inscrição para esta chamada se encerra no dia 14 de janeiro. "Ou eles não entendem o problema, ou nos informam que se o curso não está na lista, não podemos nos inscrever", diz Luiza Boguszewski, de 19, aluna de Design Gráfico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Segundo a estudante, que pretende estudar em uma universidade da Holanda, muitos dos atendentes confundem o caso com o dos cursos que foram retirados do programa no último edital, o que não é o caso de Design, que permanece na lista sob a nome Desenho Industrial - Design Gráfico. "Já deu para perceber que é um problema técnico simples, que exige apenas a troca de um nome por outro", diz Grazielle Xavier, de 26, do curso de Design Gráfico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). "O grande problema é que parece que ninguém está interessado em resolvê-lo", diz.

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Segundo Guilherme Moreira, na primeira vez que pediu auxílio ao CNPq, o órgão lhe orientou a se inscrever no "curso mais próximo" ao de Sistemas da Informação. "Mais para frente, quando forem comparar o meu currículo com o da futura universidade, ficará evidente que o curso que fiz foi outro", afirma. "Meu medo maior é que indefiram minha inscrição por conta disso", diz. Procurada pela reportagem, a Capes informou que a partir desta quinta-feira, 27, a lista de cursos será atualizada e a opção Design será contemplada. Quanto aos cursos de Sistema de Informação, a fundação afirma que o grupo de trabalho do Ciência sem Fronteiras está analisando esta situação específica, "embora não tenha recebido nenhuma solicitação formal, administrativa ou jurídica, sobre alterações na nomenclatura desses cursos".

* atualizado às 18h00

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