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Faculdade quer terreno ocupado por material radioativo

Ainda que a área em volta seja liberada, as obras do campus poderiam afetar a estrutura do galpão e pôr em risco o armazenamento do material

Por Agencia Estado
Atualização:

Um terreno que está na mira da Unifesp e de moradores da zona sul de São Paulo para ser a sede do novo campus da faculdade abriga um depósito de material radioativo das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. A área de 60 mil metros quadrados fica na esquina das Avenidas Interlagos e Miguel Yunes. É a única do governo federal com espaço na região. No depósito há 13 contêineres e milhares de bombonas (um tipo de recipiente plástico reforçado), contendo urânio e tório, mesotório, rádio 228 e outras substâncias radioativas. Tudo em um galpão de 2 mil metros quadrados. No resto do terreno há pontos espalhados pela terra com alguma radioatividade - resultado de décadas de despejo. A estatal foi fundada nos anos 50. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a empresa começou no fim dos anos 90 o processo de descomissionamento (retirada dos pontos com radiação). Cnen, Cetesb e Ministério Público pressionam a INB a retirar dali toda a carga radioativa. A INB conhece o projeto da universidade desde no ano passado, mas até agora não decidiu o que fazer. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, há interesse em discutir o projeto. Já se cogitou liberar o terreno em troca de outro ativo do governo federal. O órgão do ministério admite que não sabe para onde levar o material radioativo. "Aquilo não pode ficar lá. O prédio não tem uma estrutura ideal", diz a chefe da divisão de instalações nucleares da Cnen, Patrícia Wieland. Segundo ela, se a empresa não retirar o galpão da área, o sonho da universidade fica comprometido. Ainda que o terreno em volta seja liberado, as obras do campus poderiam afetar a estrutura do galpão e pôr em risco o armazenamento do material radioativo.

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