Um estudo detalhado, publicado em setembro de 2012, avaliou a perspectiva de renda dos recém-formados nas instituições de educação superior baseadas do Estado do Tennessee (EUA), e concluiu que, em média, o portador de um título de "associate" (conferido por escolas comunitárias ou técnicas, que muitas vezes oferecem cursos de curta duração) ganha mais, ao ingressar no mercado de trabalho, que o portador de um bacharelado clássico.O trabalho, realizado pela College Measures, uma parceria entre o centro de pesquisas em Psicologia e Ciências Sociais American Institutes of Research (AIR) e a consultoria Matrix Knowledge, foi saudado pela riqueza dos dados e por permitir associar os ganhos econômicos dos formados a instituições e cursos específicos. Mas também foi criticado por, segundo seus detratores, aplicar à educação superior uma métrica baseada em sucesso financeiro individual."O relatório expõe um debate candente", escreve, em sua avaliação do trabalho, o jornal Chronicle of Higher Education. "Se a faculdade serve prioritariamente ao ganho financeiro pessoal ou ao bem público. Se informar os estudantes sobre os custos e benefícios de suas escolhas de faculdade não cimentará, ainda mais, um espírito consumista."
Mas, ao mesmo tempo em que levanta a perspectiva crítica, a reportagem do Chronicle menciona estudo realizado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) que mostra que questões financeiras e de emprego são a principal preocupação de 86% dos calouros universitários. Tal motivação prevalece desde 2006. Antes dessa data, o principal motivo para um jovem matricular-se num curso superior era "aprender mais sobre coisas interessantes". O vice-presidente do AIR e coautor do relatório, Mark Schneider, disse que a informação oferecida pelo trabalho pioneiro realizado no Tennessee é importante. "Não quero estudantes fazendo empréstimos de US$ 100 mil por um diploma que lhes renderá US$ 25 mil", declarou ele ao Chronicle. Schneider afirmou também que o relatório não deve ser usado para punir instituições individuais, mas que seus resultados podem alimentar processos de avaliação de qualidade. Outro ponto para o qual críticos do trabalho pedem atenção é seu foco exclusivo nos ganhos dos recém-formados. Algumas carreiras, principalmente nas Humanidades, embora ofereçam baixa perspectiva de remuneração imediatamente após a formatura, tendem a pagar consideravelmente melhor os profissionais mais experientes, argumentam.
Entre as principais conclusões do trabalho estão as de que portadores de títulos de bacharelado nas áreas de Saúde, Administração e Engenharia ganham, em média, mais do que bacharéis em Artes ou Humanidades; e que o ganho anual médio de um recém-formado em curso técnico ou comunitário é US$ 1 mil maior que o de um bacharel de curso superior tradicional. O relatório, The Earning Power of Graduates From Tennessee's Colleges and Universities, detectou ainda grandes disparidades entre instituições que oferecem cursos, em tese, equivalentes, com diferenças de ganhos de até US$ 14 mil na renda anual entre recém-formados na área de saúde de duas universidades públicas. O estudo constata, no entanto, que a posse de um título acadêmico de terceiro grau, seja de curso comunitário ou bacharelado, aumenta a perspectiva de renda e de emprego no Estado do Tennessee, mesmo em tempos de crise econômica, na comparação com pessoas que contam apenas com um diploma de ensino médio. Além do relatório sobre o Tennessee publicado em setembro, a College Measures também vem coletando dados sobre outros Estados americanos. Em seu website (http://collegemeasures.org/) há resultados da chamada Métrica de Sucesso Econômico (ESM, na sigla em inglês) também para Arkansas e Virginia, com a promessa de divulgação, em breve, de informações sobre Colorado, Nevada e Texas.Assim como o relatório sobre o Tennessee, o levantamento sobre Virginia revela que os formandos em cursos técnicos ou profissionalizantes de curta duração ganham mais que os recém-formados em bacharelados acadêmicos – no caso, a diferença de renda no primeiro ano no mercado de trabalho foi de US$ 2 mil.Fonte: http://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/notas/nos-eua-estudo-pioneiro-vincula-universidade-e-curso-a-renda-de-recem-formados