PUBLICIDADE

Estudar ficou mais caro em 2003

"Se a lista for muito grande, os pais devem perguntar à escola o que será usado no primeiro semestre", explica Maria Cecília, do Procon-SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O clima é de volta às aulas nas papelarias e livrarias da cidade. A duas semanas do início do ano letivo, o movimento de pais e crianças começa a aumentar aos poucos. Quem já comprou material escolar ou ainda está pesquisando preços, teve uma surpresa desagradável nas lojas: a conta está saindo mais cara do que no ano passado. Para muitos, o primeiro sinal de que este ano seria diferente (e mais caro) veio na hora da matrícula escolar ou na primeira mensalidade do ano. Assim como ocorreu com boa parte dos prestadores de serviços, alguns colégios da capital acabaram repassando aos alunos o aumento de seus custos. A empresária Jane Foltran pagou neste ano R$ 50 a mais pela mensalidade da escola do filho Renato, de 3 anos. O aumento (de 12%), na sua opinião, foi justo, pois os preços ficaram congelados durante todo o ano passado. "Para mim, R$ 50 não fazem muita diferença, mas teve muita gente tirando o filho da escola", conta Jane. Trocar o filho de escola pode ser uma atitude radical mesmo. Ela costuma ser feita somente em último caso. Se o seu bolso não estava preparado para gastos extras, o melhor é começar a readequar o orçamento pelo material escolar. A própria Jane, mãe de Renato, desembolsou pelo menos 33% a mais neste ano com as compras de material escolar do filho. "No ano passado, gastei R$ 150. Neste ano as compras já ultrapassaram R$ 200 e ainda faltam dois livros que eu não estou conseguindo encontrar", lembra. Para fugir dos reajustes A inflação chegou, de fato, ao material escolar. Mas há como escapar de grandes reajustes. A dica é pesquisar bastante antes de comprar. A pesquisa anual realizada pelo Procon-SP entre os dias 6 e 8 de janeiro deste ano em 15 estabelecimentos da capital constatou diferenças de preço de até 354% entre uma loja e outra. A caneta esferográfica Cristal (Faber Castell) foi encontrada por R$ 0,22 no Bazar e Papelaria Japuíba. O mesmo produto era vendido a R$ 1 no Bazar e Papelaria Conjunto Nacional. Para a assistente de direção do Procon-SP, Maria Cecília Thomazelli, o consumidor deve fazer uma pesquisa inteligente e só se deslocar para uma loja distante quando realmente valer a pena. "Não adianta andar muito só para comprar uma caneta. A economia seria muito pequena", ensina. A psicóloga Esther de Souza segue à risca os ensinamentos. Comprou uma parte do material, principalmente papel e caderno, em um atacadista e passou em uma livraria para pegar o restante. Tudo isso para compensar os gastos extras com a mensalidade dos dois filhos. No ano passado, pagava, ao todo, R$ 1,2 mil. Agora vai gastar 25% a mais, um aumento considerável no seu orçamento. Mãe de Mariana do Prado Cocazza, Denise não teve muita escolha. O grande peso do material escolar de Mariana, que está indo para o primeiro ano do Ensino Médio, foram os livros didáticos. O gasto total foi de R$ 800 apenas com os livros. Isso sem falar nas apostilas, produzidas pelo colégio, que fizeram Denise assinar um cheque de R$ 1 mil. "Os livros estão mais caros do que no ano passado. A média de preço neste ano é de R$ 40. Não sei exatamente quanto custavam antes, mas imagino que era quase a metade", diz. Nessa hora, vale questionar a necessidade de tudo o que é pedido na lista. "Se a lista for muito grande, os pais devem perguntar à escola o que será usado no primeiro semestre", explica Maria Cecília, do Procon-SP.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.