Estudantes da USP tentam barrar câmeras na Faculdade de Direito

Alunos temem que equipamentos sejam usadas como mecanismos de perseguição de estudantes e inibam atividades políticas

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Por Paulo Saldaña
Atualização:
Alunos fazem ato na Faculdade de Direito da USP Foto: Paulo Saldaña/Estadão

SÃO PAULO - Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) realizam na tarde desta quinta-feira, 25, um ato contra o projeto de instalação de sistema de monitoramento por câmeras na unidade, que fica no Largo São Francisco, centro da capital paulista.

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Cerca de 50 alunos estão reunidos com faixas e tambores para pressionar a Congregação, instância máxima da faculdade, a decidir pelo adiamento da definição sobre o tema. Estudantes temem que as câmeras sejam usadas como mecanismos de perseguição de alunos e iniba atividades políticas dentro da unidade. Ainda argumentam que não houve um debate suficiente sobre o assunto com participação mais ampla da comunidade acadêmica.

De acordo com a estudante Erica Meireles, de 24 anos, não há informações sobre os tipos de delitos cometidos na unidade que pudessem legitimar a colocação dos equipamentos. "A gente não acredita na eficiência das câmeras, outras medidas como armários reforçados e melhor iluminação seriam mais efetivas", diz ela, que representa os alunos na Congregação e é membro do Centro Acadêmico XXI de Agosto. "A convicção dos alunos, coletivos e grupos de extensão é que as câmeras vão atuar mais no distanciamento dos princípios de liberdade e democracia que caracterizam a Faculdade de Direito", completa.

A reunião da Congregação começou por volta de 14h40 e há a expectativa de que a instalação do sistema possa ser definida nesta quinta. A colocação de câmeras na Faculdade de Direito já foi discutida em pelo menos três oportunidades nos últimos 15 anos, mas a ideia acabou sendo abandonada. 

Em novembro do ano passado, entretanto, o projeto voltou a ganhar força. O diretor da unidade, José Rogério Cruz e Tucci, disse ao Estado em maio deste ano que a instalação era uma forma de garantir a segurança do patrimônio e a integridade das pessoas. 

O plano preliminar prevê equipamentos em locais de circulação e em pontos como bibliotecas e entradas.

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