Estudantes de escolas ocupadas fecham ruas em protestos no Rio

'Trancaços' bloquearam oito pontos da cidade; segundo alunos, 76 unidades estão tomadas em 21 municípios

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Por Alfredo Mergulhão
Atualização:

RIO - Com barricadas montadas com carteiras escolares amontoadas nas pistas, estudantes da rede estadual de ensino bloquearam o trânsito em oito pontos da cidade do Rio na manhã desta quarta-feira, 4, em protesto contra a política educacional do governo do Estado e em apoio à greve dos professores.

Os estudantes integram o movimento, iniciado há 45 dias, que já ocupa 76 escolas em 21 municípios fluminenses. A manifestação provocou congestionamentos, mas não houve registros de confrontos com os policiais militares que acompanharam o protesto.

A manifestação durou 20 minutos, até a chegada de uma equipe policial que liberou a via Foto: Fábio Motta/Estadão

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À tarde, parte dos secundaristas se juntou à passeata dos professores, que fizeram assembleia e decidiram manter a greve iniciada em 1º de março. Os docentes caminharam pela zona sul, do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara, sede administrativa do governo estadual, onde foram recebidos pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP).

As manifestações começaram às 9h30, quando 20 alunos do Colégio Estadual Heitor Lira, ocupado desde 4 de abril, fecharam a Rua Cuba, na Penha, zona norte. A manifestação durou 20 minutos, até a chegada de uma equipe policial, que liberou a via. Vias também foram bloqueadas por alunos no Méier, Ilha do Governador e Maracanã, na zona norte; no centro; no Catete, zona sul; e Bangu, na zona oeste.

“Nossa intenção era ser visto e ouvido. O governo tem feito ameaças de reprovar os alunos, mas sabemos que isso é apenas uma medida para nos intimidar, em vez de abrir negociação”, afirmou Wictor Soares, de 18 anos, estudante do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti (Largo do Machado), ocupado em 14 de abril.

Seis professores foram recebidos pelo governador Dornelles. “Pedimos aumento de 30% referente apenas às perdas salariais desde o governo Sergio Cabral (2007-2014). Queremos uma resposta para avançar na negociação”, afirmou a coordenadora do Sindicato dos Professores do Estado do Rio (Sepe), Marta Moraes.

O secretário de Estado da Educação, Antônio Neto, tem recebido críticas por não conseguir resolver a greve dos professores e as ocupações de escolas pelos alunos. Dos 15 deputados estaduais do PMDB, partido do governador licenciado Luiz Fernando Pezão, 13 assinaram uma carta pedindo a demissão do secretário.

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“Ele (Neto) é professor e não consegue dialogar com a categoria e com os estudantes”, disse o líder do PMDB na Assembleia, André Lazaroni. Por meio da assessoria de imprensa, o secretário disse que não comentaria.