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Estudante de Medicina da USP acusado de estupro é suspenso

Aluno que teria estuprado três estudantes - duas de Medicina e uma de Enfermagem - será impedido de participar da colação de grau

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Um estudante de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) acusado de ter estuprado três alunas da instituição foi suspenso pela universidade. A diretoria da faculdade acolheu relatório da comissão processante que avaliava o caso, denunciado em três momentos pelas alunas, e anunciou nesta quarta-feira, 8, que vai suspendê-lo por 180 dias em razão de "infrações disciplinares". Assim, ele ficará impedido de participar da colação de grau, no dia 14. 

Alunos protestam em frente à faculdade de Medicina da USP pela punição de aluno acusado de estuprar três estudantes Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

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A decisão tomada pela diretoria antecipou o resultado de uma reunião extraordinária da Congregação, órgão máximo da instituição, que estava marcada para esta quinta-feira, 9. Na ocasião, o resultado final da apuração interna seria apresentado e seria decidido se o aluno colaria grau ou não. Com a decisão do diretor José Otávio Costa Auler Junior, o encontro foi cancelado. 

Carta em repúdio. A suspensão do estudante acontece depois de ativistas entregarem ao diretor da FMUSP, nesta terça,uma carta em repúdio à falta de punição nos casos de violência sexual na instituição. As denúncias contra o aluno já existiam, mas a sindicância só foi reaberta depois de a USP ter sido o principal alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou os casos de violência nas universidades paulistas, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O aluno acusado chegou a ser convocado a participar de uma das audiências da CPI, mas não compareceu. A comissão foi criada depois de duas alunas da USP denunciarem, em audiência pública, terem sido estupradas em festas organizadas por alunos da instituição. O relatório final do trabalho, entregue em março, chegou a propor até a proibição de qualquer aluno punido em sindicâncias de participar de concursos públicos. 

Uma estudante do 3.º ano de Medicina, colega de uma das vítimas, disse estar decepcionada com o resultado. "Acho que o fato de eles terem dado uma punição significa que assumem que ele é culpado. Acho pouco. Uma vez uma aluna foi pega fazendo prova para outra a suspenderam por um ano. Ele é acusado de estupro e suspendem por seis?", disse a estudante, que pediu para não ser identificada. "Ele vai colar grau daqui a seis meses."

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