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Estereótipo é praticamente universal

Por Agencia Estado
Atualização:

A imagem do cientista como maluco é praticamente universal. Há vários estudos que demonstram isso. Um deles foi publicado no livro Ciência e Educação ? O Conflito Humano Tecnológico, do historiador da ciência Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No capítulo A Visão da Ciência por Crianças e Adolescentes, Meis mostra os resultados de pesquisas que realizou no Brasil, nos Estados Unidos, na França, na Itália, no México, no Chile, na Índia e na Nigéria, com estudantes de três faixas etárias, 5 a 7, 10 a 13 e 15 a 17 anos. Como havia crianças que não saberiam se expressar de forma clara escrevendo, pediu-se a todos os pesquisados que desenhassem um cientista (ilustração). As imagens desenhadas praticamente por todas as crianças e adolescentes, em todos os países, eram muito semelhantes. ?Quase sempre foi a de um homem, de jaleco branco, trabalhando em um laboratório com vidraria, sugerindo um químico?, diz Meis. ?Como desenhos eram semelhantes em todos os países, pode-se concluir que o fator cultural não influi na imagem que os jovens têm dos cientistas.? O estudo mostrou, no entanto, algumas peculiaridades. Alguns estudantes brasileiros resolveram escrever, espontaneamente, um texto junto ao desenho que fizeram de um cientista. ?Em 18% das frases eles se referiam à ciência de forma positiva ? ?ajuda a humanidade, ajuda as pessoas??, diz Meis. ?Em 20%, no entanto, as referências eram negativas ? ?é perigosa, os cientistas são loucos?.? Outra curiosidade das respostas foi que as equações matemáticas ? o segundo elemento mais freqüente nos desenhos ? apareceram com maior freqüência nas imagens feitas pelos estudantes da França, da Itália, do México e do Chile do que no Brasil e nos Estados Unidos. ?Também nos surpreendeu a ausência de computadores nas imagens, apesar de sua presença ser cada vez mais freqüente nos laboratórios e de aparecer em filmes associados a cientistas.? Em tempo: a vidraria também está sumindo dos laboratórios. leia também Cientistas não querem imagem de gênios malucos A vida bem concreta dos cientistas

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