Estado indiano recusa plano de educação sexual do Unicef

Com 5,7 milhões de soropositivos, Índia lidera lista de países de pessoas com Aids; grande parte da população desconhece o uso de métodos preventivos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Rajastão, no noroeste da Índia, se recusou a ministrar aulas de educação sexual nos colégios de ensino médio do estado, como prevê um programa governamental contra a aids financiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), segundo a edição desta quarta-feira, 25, do jornal The Hindu. O governo do estado, liderado pelo principal partido da oposição na Índia, o direitista BJP, considera o plano de educação sexual "contraditório com a cultura e os valores indianos", de acordo com o jornal. A ministra chefe do Rajastão, Vasundhara Raje, enviou uma carta ao ministro de Recursos Humanos, Arjun Singh, na qual informava a recusa em aplicar o programa porque, segundo ela, os adolescentes "não precisam deste tipo de educação". A Índia lidera a lista de países com pessoas infectadas pela Aids, e uma grande parte da população não possui educação sexual e desconhece o uso de métodos preventivos. A decisão do Estado indiano foi tomada após protestos de grupos fundamentalistas hindus contra o material gráfico explícito utilizado nestas aulas. Além do Rajastão, as regiões de Madhya Pradesh e Kerala também rejeitaram a aplicação do programa contra o contágio da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis após as queixas de fundamentalistas religiosos. A Índia conta com uma população de mais de 1,1 bilhão de habitantes, dos quais 5,7 milhões contraíra o vírus da Aids, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora o governo indiano estime que o número seja de 5,2 milhões de soropositivos.

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