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Opinião|Escolhas bem informadas

Ensine o valor do conhecimento científico e a importância de ele ser considerado

Atualização:

Todo santo dia fazemos inúmeras escolhas. Algumas delas são corriqueiras e, à primeira vista, parecem simples: qual vestimenta usar, qual trajeto escolher para o trabalho ou para levar os filhos à escola, o que preparar para o almoço, qual atitude tomar com os filhos, etc. Mesmo simples, elas nos sobrecarregam e podem provocar conflitos internos, frustração, descontentamento e irritação. E se o clima mudou repentinamente e a roupa escolhida não foi adequada? E se o trajeto que tomei estava muito congestionado? E se a medida tomada com o filho não funcionou?

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Outras escolhas que precisamos fazer, que não são cotidianas mas podem alterar completamente a vida familiar, exigem maiores reflexões, considerações e bom senso, isso sem falar que todos os integrantes da família precisam ser considerados. E, claro, nos oneram muito mais também porque exigem renúncias. Mudar de emprego, ou não? Como conduzir a vida profissional? Permitir que o filho adolescente viaje sem a companhia de adultos? 

Nesses casos, o melhor seria que pudéssemos fazer a escolha ideal. Ah! Ela é impossível! Então, a saída, nesses casos, é fazer a melhor escolha possível, considerando-se principalmente o contexto, as possibilidades e a realidade da vida familiar no momento. E há também algumas escolhas que precisamos fazer que dependem do conhecimento acumulado e construído na sociedade. Investir o dinheiro guardado em imóveis ou aplicar? Aceitar a orientação de tratamento de um médico ou, quando possível, solicitar uma segunda opinião profissional? Esses são apenas dois exemplos que podem mostrar a importância de se fazer uma escolha bem informada.

Pois agora, em plena pandemia de coronavírus, é importante – por nosso bem, pelo cuidado com toda a família, para ensinarmos aos filhos e pelo apreço à comunidade em que vivemos – fazermos as melhores escolhas e as escolhas bem informadas. Elas precisam estar combinadas para que resultem em boas atitudes, não é? Comecemos com as escolhas bem informadas: para que elas possam ser tomadas, é necessário que busquemos as informações científicas, e as respeitemos. Tenho visto muita gente, com grau universitário, espalhar notícias como se fossem científicas, mas que não são, a respeito das precauções em relação à infecção.

Vou dar um exemplo. A notícia que foi espalhada afirmava que fazer gargarejo com vinagre e sal diminuiria o impacto do vírus no organismo. Para refutar essa falsa informação, basta pensar: se fosse fácil assim, por que tantos países têm apresentado enormes dificuldades em controlar a infecção pelo vírus? Depois disso, bastaria procurar na internet sites e páginas de profissionais das ciências que já desmentiram essa notícia falsa. Mesmo assim, ela continua a ser divulgada...

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Ensine aos seus filhos o valor do conhecimento científico e a importância de ele ser considerado para que eles aprendam a fazer escolhas bem informadas, mesmo que esse aprendizado demore a acontecer, já que a educação é um processo que não depende apenas de informações.

Em relação às precauções para diminuir a velocidade e a quantidade de pessoas infectadas pelo vírus ao mesmo tempo, uma delas trata do distanciamento e/ou isolamento social. Nem todos podem ficar em casa, não é verdade? Nos casos em que essa opção não existe, dá para fazer as melhores escolhas: evitar saídas sem necessidade imediata, manter as mãos afastadas das principais portas de entrada do vírus – boca, nariz, olhos –, não emprestar nem tomar emprestado objetos de outros e lavar sempre as mãos. E atenção com os filhos: nunca cobramos deles essas atitudes, por isso teremos de ter o que chamo de os três P: Paciência, Persistência e Perseverança no processo desses ensinamentos. 

É PSICÓLOGA

Opinião por Rosely Sayão
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