16 de setembro de 2014 | 03h00
Nas redes públicas, as escolas integrais são as “meninas dos olhos” dos governos. Usadas para a implementação de modelos inovadores de ensino, elas têm docentes de dedicação exclusiva e tempo para oferecer aulas além do currículo comum, com foco na escolha de carreira e habilidades socioemocionais.
Em São Paulo, as 182 escolas de tempo integral da rede estadual trabalham com o “projeto de vida” do aluno, auxiliando-o a escolher a profissão. Para isso, os alunos têm aulas eletivas e criam projetos de pré-iniciação científica. Estudantes da Escola Estadual Jardim Riviera, em Santo André, na Grande São Paulo, já têm parcerias com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com 16 anos, Camila Agone, do 3.º médio, começou a estudar as propriedades medicinais da embaúba para tratar animais machucados. O projeto evoluiu tanto que ela conseguiu parceria com a Faculdade de Medicina do ABC, a USP e a Unifesp. As propriedades da planta estão sendo testadas agora para a cosmetologia e a produção de fármacos. “Entrei no colégio pensando em fazer Matemática. Agora vou fazer Farmácia”, diz. Para a diretora da escola, Cleide Torres, esse modelo de ensino permite que os alunos busquem sua autonomia.
Mais práticas. Em Pernambuco, 51% dos alunos da rede estadual fazem o ensino médio em tempo integral. “O diferencial é olhar o aluno como um todo, das habilidades cognitivas a socioemocionais”, diz o secretário de Educação e Esportes, Ricardo Dantas. No Rio, 776 das 1,2 mil escolas estaduais são em tempo integral e seis trabalham o aluno de forma ampliada, desenvolvendo diversas áreas do conhecimento.
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