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Escolas já negociam com pais e estudantes inadimplentes

Atraso nas mensalidades piora neste ano e instituições criam alternativas de pagamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O ano letivo está no fim, as reservas para matrículas já começaram e você ainda está preocupado em como pagar as dívidas acumuladas com a mensalidade escolar? Pois não são só pais e alunos que estão esquentando a cabeça para colocar em dia as parcelas. As instituições de ensino também estão assustadas com o aumento da inadimplência nesse ano. E lançam alternativas para o pagamento, desde parcelamentos até a abertura de crédito educacional e a troca da mensalidade por prestação de serviço. "O negócio é sentar com a direção da escola e negociar", aconselha Sônia Cristina Amaro, assistente de direção da Fundação Procon-SP. O caminho está aberto à negociação, garante José Augusto Lourenço, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo. "A orientação é que os pais inadimplentes negociem primeiro com a escola. O diretor poderá até parcelar", diz Lourenço. Pais que sempre foram bons pagadores não terão dificuldade em conseguir um acordo. Nas universidades, a orientação também é facilitar a negociação. "Perder um aluno devedor é pior que manter ele pagando aos poucos", atesta Antonio Carbonari Netto, vice-presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras do Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). Pagando com serviços Opções não faltam para quitar a dívida. No Colégio Brasil, por exemplo, alguns pais trocam a mensalidade por prestação de serviços. Em muitos casos não são inadimplentes. A permuta atinge, no máximo, 10% da receita da escola. Há pai que fornece serviços de gráfica, outro uniformes escolares, um deles acabou virando funcionário da escola e há mãe que realiza bufês em dias comemorativos. "Assim a escola não corre o risco de ficar inadimplente com fornecedores", comenta a diretora Gleice du Cataldo. Mas não é só com serviços que o colégio tenta driblar a crise. "Há descontos, parcelamentos, alguns pais pagam quantias menores no começo do ano e maiores no final, há bolsas parciais", afirma Gleice. Parcelamento No Colégio Albert Sabin, há até crédito educacional. O Programa de Crédito de Educação financia em até 36 parcelas o débito do pai devedor, com correção e juros de 1% ao mês. Segundo o coordenador Marcos Costa, a maioria prefere parcelar em três a quatro prestações - com cheques pré-datados. "É melhor facilitar o pagamento que entrar com uma ação na Justiça. É mais vantajoso e barato." O parcelamento ainda é o método preferido pelas instituições. No Colégio São Luís, os boletos de mensalidade avisam, como acontece com cartões de crédito, se há débito pendente. O pai pode parcelar a dívida em até cinco vezes, com juros sobre as prestações atrasadas. Mas terá de lidar com uma empresa de cobrança terceirizada - que cobra pelo serviço taxa de 10% sobre o valor a ser pago. Nas universidades, vale também o parcelamento. Na UniFMU, por exemplo, o aluno faz a proposta de pagamento à Reitoria, que analisa o caso. Leia mais no Calotes aumentaram mais de 50% neste ano Prestação de serviços em troca da mensalidade Crédito educacional em até 36 parcelas Para evitar problemas na hora da matrícula Direitos e deveres de quem está em atraso

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