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Escolas esperam decisão do governo de SP sobre fase emergencial para abrir ou não dia 12

Capital paulista autorizou volta semana que vem apenas se o Estado for para a fase vermelha. Redes particular e pública já começaram a inscrever alunos para aulas presenciais na segunda-feira

Foto do author Renata Cafardo
Por Renata Cafardo
Atualização:

Escolas particulares e públicas da capital estão em compasso de espera sobre a possibilidade de abrirem ou não semana que vem para aulas presenciais. Como a Prefeitura autorizou a volta a partir do dia 12 caso o Estado saia da fase emergencial, a decisão ficou nas mãos do governador João Doria (PSDB). O anúncio será só nesta sexta-feira, 9, às vésperas de um eventual retorno, o que deixa pouco tempo para as redes e famílias se prepararem.

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Nesta semana, algumas escolas passaram a enviar mensagens aos pais informando que devem abrir segunda-feira se forem autorizadas, mas sem poder confirmar nada. Outras preferiram esperar o anúncio nesta sexta para fazer qualquer comunicação. Pais de alunos estão confusos sobre o que vai acontecer na semana que vem.

O Colégio Magno, na zona sul, já começou a inscrever alunos para o presencial da semana que vem para poder programar o atendimento. A maior parte da adesão foi de crianças da educação infantil. Em mensagem aos pais, o Magno disse que quando for permitido “imediatamente retomará a oferta da educação presencial”, mas lembrou “que ainda estamos em um período muito desafiador da pandemia” e recomendou “aos que puderem a opção pela educação virtual”.

A própria Prefeitura, da gestão Bruno Covas (PSDB), enviou pesquisa aos pais perguntando sobre o interesse em mandar os filhos para aulas presenciais já na segunda-feira.  “Temos de enviar merenda, acionar o transporte, montar o rodízio dentro dos 35%. Não conseguimos esperar até sexta para isso”, disse o secretário municipal da Educação, Fernando Padula.

Algumas escolas resolveram fechar e sofreram pressão dos pais por acolhimento. Outras ficaram abertas e tiveram reação contrária Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

“Alguns pais têm pouca rede de apoio e estão preocupados com os filhos. Outros estão com muito medo, então não sabemos como será a adesão”, diz a diretora Mônica Padroni, da Escola Projeto Vida, na zona norte. Ela diz que está esperando a decisão do governador e, em caso afirmativo, vai mandar uma pesquisa por email na sexta-feira mesmo questionando quem pretende voltar. E organizar no fim de semana como serão as turmas.

Consultados, os colégios Porto Seguro e Pentágono afirmaram que estão esperando a decisão do governador para voltar na segunda. A nutricionista Ana Beatriz Amaral Lerner, nutricionista, mãe de dois alunos do Pentágono, se diz confusa. Ela já recebeu por email até as bolhas (grupos menores de estudantes, conforme o protocolo) em que os filhos vão estar em caso de volta, mas não sabe ainda como vai ficar a vida da família semana que vem. “Gostaria de saber com mais antecedência, mas entendo que está difícil prever o que vai acontecer”, afirma.

Um dos poucos com decisão diferente dos demais foi o Colégio Santa Cruz, na zona oeste, que enviou nesta quinta-feira, 8, carta aos pais informando que não vai abrir semana que vem, independentemente da decisão do governo. “Nosso compromisso histórico com a educação deve levar em conta também o contexto de saúde e o impacto da abertura do campus trará para a nossa comunidade e para a cidade”, afirma o comunicado assinado pelo diretor geral Fabio Aidar. Segundo ele, mesmo assim há a esperança de que a escola possa ser aberta o mais rápido possível.

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O Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste, também avisou que assim que for autorizado, fará o atendimento prioritário das crianças da educação infantil e do ensino fundamental 1, que vai até o 5º ano. A justificativa é o fato de esses alunos terem mais dificuldades para o trabalho remoto. O Santa Maria, na zona sul, também resolveu atender, caso seja autorizado na segunda-feira, apenas até o 2º ano do fundamental.

No Colégio Bandeirantes, também na zona sul, as famílias foram avisadas que as aulas presenciais devem retornar no dia 19, quando terminam as provas bimestrais, que estão sendo feitas remotamente. “Diante do possível término da fase emergencial no Estado de São Paulo, voltaremos com 1/3 das aulas presenciais, para aqueles que optarem por isso”, diz o comunicado.

Para o presidente da Associação Brasileira das Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho, cada instituição deve analisar sua situação específica para decidir abrir e como fará isso. “Mas não há nenhuma evidência de que as escolas são grandes fontes de transmissão de covid”, diz, citando a mais recente pesquisa feita por professores da Universidade de Zurique, na Suíça, mostrando que não houve aumento maior de casos e mortes em cidades paulistas que reabriram a educação no ano passado.

Fonseca Filho é diretor do Colégio Uirapuru, em Sorocaba, no interior de São Paulo, que já abriu esta semana com cerca de 20% do alunos. No Estado, as escolas estão autorizadas a funcionar inclusive na fase emergencial porque um decreto tornou a educação essencial. Em algumas cidades, no entanto, as prefeituras têm sido mais restritivas. Foi o caso da capital, que publicou decreto na semana passada autorizando a volta somente na fase vermelha.

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