Escolas de SP dominam lista de melhores do País nas notas do Enem; confira os resultados

Entre a cem escolas com as maiores médias, 29 são paulistas; Inep divulgou resultados de 15.640 colégios

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Alunos do Colégio Objetivo Integrado, primeiro na lista do Enem Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Atualizada às 00h17

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - Os resultados por escola do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 mostraram mais uma vez o domínio dos colégios particulares paulistas entre os melhores do País. Das cem escolas com as maiores médias, 29 são de São Paulo - todas privadas e com predomínio de unidades com poucos alunos. As particulares do Estado tiveram melhora em relação a 2013, mas esse avanço foi menor do que o registrado em média pela rede privada do País.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) que organiza o exame, divulgou ontem as informações. Os dados indicam a média de cada escola, levando em conta o desempenho dos alunos que fizeram o exame. Também há informações contextuais das escolas, como nível socioeconômico, porte e um novo indicador, de permanência, que mostra o porcentual de alunos que fizeram todo o ensino médio na mesma unidade.

Na média, as escolas privadas de São Paulo tiveram um crescimento de 2,86 pontos entre 2013 e 2014, alcançando a média de 566,34. Na rede privada em todo o Brasil, esse incremento foi de 4,30 pontos - mas a média é menor, de 557,98. O conjunto das escolas privadas paulistas ficou na 5.ª posição entre todos os Estados, perdendo um lugar (para o Distrito Federal) em relação a 2013. As escolas privadas de Minas lideram.

Entre as melhores escolas de São Paulo, 14 são colégios pequenos, com menos de 90 alunos no fim do ensino médio.

O Colégio Objetivo Integrado, na região central da cidade, aparece em primeiro lugar, com média de 742,96 pontos. Só 42 alunos fizeram o exame.

Entre as unidades de grande porte, a maior média pertence ao Colégio Móbile, em Moema, na zona sul da capital. A nota foi de 700,84 pontos.

Publicidade

País. Apesar da boa posição das escolas paulistas, a Região Sudeste perdeu espaço na lista das melhores médias. No ano passado, eram 77 escolas da região entre as 100 melhores. Neste ano, são 70. Escolas das Regiões Centro-Oeste e Nordeste avançaram, sobretudo com colégios de poucos alunos. O Nordeste tem 20 escolas entre as melhores. Em 2014, eram 18. A região Centro-Oeste passou de três para seis unidades.

A maioria das escolas de outras regiões que passaram a figurar nas primeiras posições também tem poucos alunos - muitas são criadas como filiais e reúnem só estudantes de ponta. Uma unidade de aplicação da escola cearense Farias Brito, com 44 alunos, alcançou a segunda melhor nota do País (737,88).

Com menos alunos, conseguem elevar a média e subir no ranking. No País, as primeiras posições são de escolas de nível socioeconômico alto ou muito alto, segundo os parâmetros do Inep - exceto aquelas cujas informações estão incompletas.

Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, a divulgação dos resultados do Enem está cada vez mais abrangente. “Está evoluindo ano a ano, com novos recortes. Sempre parece que um assunto se sobressai.”

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Priscila ressalta, no entanto, que as notas não podem servir como “garantia” de boa qualidade. “Não há garantia de que o filho matriculado na escola com boa nota vai ter aquele resultado. Depende da turma em que ele está, dos professores. Há uma desigualdade muito grande até dentro das escolas”.

Públicas. A média das públicas de São Paulo também cresceu em 2014, mas é 10,6% menor do que a das privadas. A rede pública, com escolas estaduais, federais e municipais, registrou 563,48 pontos. Assim como no País, as técnicas - que não são vinculadas à Secretaria Estadual da Educação - lideram o ranking. A melhor escola controlada pela secretaria estadual, a Professor Eduardo Velho Filho, em Bauru, está em 457.º lugar entre as públicas do País.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Alavarse diz que é “inaceitável” a diferença. “Estamos no Estado mais rico da nação, e o desempenho das escolas está quase estagnado.” A pasta defendeu que a rede é inclusiva, e o resultado mostra avanço. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.