PUBLICIDADE

Escola de fim de semana reduz violência entre estudantes

O projeto será apresentado num congresso internacional de educação em Quebec, no Canadá, em junho, como exemplo a ser seguido por outros países

Por Agencia Estado
Atualização:

Um projeto que prevê a abertura de escolas públicas no fim de semana para diminuir a violência entre os alunos, desenvolvido simultaneamente no Rio de Janeiro e em Pernambuco, conseguiu diminuir a criminalidade em até 60%, segundo avaliação feita pela Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura da ONU. A experiência mostrou que as estatísticas baixaram quando começaram a ser oferecidas atividades como cursos de teatro, futebol, capoeira, dança, artes e aulas de reforço a jovens carentes, que antes não tinham alternativas de lazer. O projeto será apresentado num congresso internacional de educação em Quebec, no Canadá, em junho, como exemplo a ser seguido por outros países. As 208 escolas do Rio que passaram a abrir aos sábados e domingos em 2000, registraram, até julho de 2002, um total de 1.642 ocorrências, entre tráfico de drogas, roubos, furtos, agressões sexuais, ofensas pessoais e porte de armas de fogo. As que ingressaram no programa somente em 2001, tiveram 2.383 casos. Aquelas que não participaram somaram 2.573 registros. Em Pernambuco, as 240 escolas que participaram do projeto desde 2000 tiveram 2.336 ocorrências, contra 3.305 das que ingressaram em 2001 e 4.116 que não foram incluídas. A avaliação foi publicada no livro "Revertendo violências, semeando futuros", lançado nesta quarta-feira no Palácio Guanabara. Segundo o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenadora da Unesco em Pernambuco e um dos elaboradores do programa "Abrindo espaços", a redução foi bastante significativa, porque as escolas escolhidas foram justamente as que ficam em áreas violentas. Entre as melhorias verificadas nos colégios, estão o maior interesse pela escola e, com isso, a redução das pichações e depredações das instalações, a participação dos pais e o melhor relacionamento entre os estudantes e com os professores. Tudo isso refletiu-se num melhor aprendizado, de acordo com o coordenador do programa. Ele disse que o custo mensal é de apenas R$ 1 por aluno, em Pernambuco, e R$ 2, no Rio. No Rio, além das atividades oferecidas, os estudantes recebem ainda café da manhã, almoço e lanche da tarde. O programa foi interrompido no Estado por falta de dinheiro. Na quinta-feira, a governadora Rosinha Matheus disse que irá retomá-lo assim que o Estado tiver recursos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.