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Escola de Astrofísica se adapta ao século 21

Por Agencia Estado
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Um ouvido voltado para o Universo, no centro do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, em parceria com a Fundação Vitae, vai instalar a antena de um radiotelescópio na cobertura da Escola Municipal de Astrofísica. A novidade faz parte de uma série de melhorias que serão adotadas no local, com obras de reforma que têm início marcado para maio e devem ser concluídas até o fim do ano. O espaço de três andares, ao lado do Planetário, está deteriorado. "Queremos que a escola adote novas metodologias e tecnologias pedagógicas, a fim de dar um atendimento condigno à população", afirma o astrônomo Oscar Matsuura, diretor do Planetário e da Escola de Astrofísica, que existe há 43 anos. Extraterrestres Entre as novas tecnologias, estão cinco radiotelescópios: para observação das perturbações na ionosfera da Terra pela atividade do Sol, para observar as erupções de Júpiter, receptores em freqüência modulada (FM) para captar ecos de meteoros, de observação direta do Sol e do Projeto Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence). "A antena é acoplada a computadores que separam ruídos naturais de sinais coerentes artificiais", explica Matsuura. Os sinais terrestres de telefonia de satélite, GPS, de emissoras FM e de UHF e VHF das televisões também vazam para o espaço cósmico vizinho à velocidade da luz e podem denunciar nossa presença a eventuais extraterrestres inteligentes. "Como há a hipótese da existência de seres extraterrestres, eles poderão estar tentando enviar seus sinais", diz Matsuura. "A antena é deixada numa determinada declinação celeste e a varredura da esfera celeste é feita tirando partido da rotação da Terra." Telescópios Vários telescópios óticos também serão instalados perto do lago do parque, onde a visibilidade do horizonte é melhor. "No terraço, a visão fica obstruída pelos eucaliptos, além de sofrer vibrações do piso", explica o astrônomo. O terraço, no entanto, permite a instalação de um Celostato, instrumento de observação do Sol. "É composto de um jogo de espelhos e vai projetar a imagem do Sol para a sala de exposição, que será criada na entrada da escola, no andar inferior." "A idéia é recuperar o projeto original e promover a adaptação ao século 21, permitindo uma interligação com o planetário, que também está em reformas", explica o arquiteto André Pavão, assessor técnico da secretaria. O custo da obra está orçado em R$ 2,106 milhões, financiados pela iniciativa privada. A Fundação Vitae vai contribuir com R$ 1,5 milhão para a compra de aparelhos, equipamentos e mobiliário, em um período de dois anos. Livros e auditórios O acervo da biblioteca também será modernizado. Haverá mais livros, vídeos e CD-ROMs. "Isso visa a preencher uma lacuna entre o amadorismo e o debate acadêmico das universidades", afirma Pavão. Um auditório com 112 lugares, com as pessoas sentadas em poltronas, vai substituir a atual sala, com 56 carteiras escolares. Haverá ainda no local um pequeno palco para festivais de vídeos e encenação de peças com temática científica. No andar inferior, haverá laboratórios de ótica, de ensino a distância e oficina de protótipos, além de salas de aula experimentais e de tratamento de imagens e dados. Nesse local, poderá ser feita a análise das imagens dos astros captadas pelos telescópios. Outro ambiente abrigará os equipamentos para o ensino de astronomia básica a distância.

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