Entidades fazem críticas à avaliação do MEC

Instituições dizem que não tiveram acesso ao Índice Geral de Cursos

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Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Pegos de surpresa com os resultados do Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado anteontem pelo Ministério da Educação (MEC), representantes das instituições particulares de ensino superior reclamaram mais uma vez dos critérios usados na avaliação. As organizações também criticaram o fato de só terem tido acesso aos dados ontem, pela internet. A Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) confirma que está negociando no Congresso uma forma de interromper a divulgação do IGC e também do Conceito Preliminar de Cursos (CPC). Em entrevista ao Estado por e-mail, o presidente da associação, Gabriel Rodrigues, alega que os dois índices são referências para que avaliadores visitem as instituições e não para serem divulgados para o público. "O que desejamos é que esses índices, que foram criados apenas para orientar o avaliador em suas visitas, não sejam repassados para a sociedade como o conceito oficial da instituição", diz. Veja também:MEC aponta alta de 29% no número de faculdades e universidades com conceito ruimConfira o índice classificatório das instituições de ensino superior do País As instituições questionam principalmente a coleta de dados sobre infraestrutura e qualidade dos professores, feita em pesquisas com alunos durante o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade). "Como um aluno vai avaliar a qualidade da escola, do professor? Se ele soubesse o que é preciso não seria aluno, seria professor", reclama Heitor Pinto Filho, da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup). A associação também questiona o fato de o MEC não ter terminado as visitas in loco para avaliar as instituições. Ao mesmo tempo, critica as comissões de especialistas que fazem essas visitas, alegando que são formadas apenas por professores aposentados de universidades federais. "Não tem nenhuma pessoa nossa nessa análise", diz. "O IGC não está no Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior). É uma avaliação grosseira, sem critério, sem objetividade. É simplesmente política." Ambas as associações, porém, descartam entrar na Justiça. "Preferimos o caminho do diálogo, já que avaliação é um processo que nunca se extingue", disse Rodrigues. "Se entrarmos na Justiça esperaremos dez anos. Temos que resolver tudo pelo diálogo, com bom senso", afirmou Pinto Filho.

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