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Entidade faz campanha para atrair jovens à Engenharia

Por Ana Conceição
Atualização:

A fim de atrair estudantes do segundo grau para a carreira de Engenharia, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) enviará para escolas públicas e privadas de todo o País um vídeo de 18 minutos a respeito das vantagens da profissão. A distribuição será feita a partir do início do ano letivo, em fevereiro. A ideia é estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem grande variedade de opções e especializações. "Precisamos fazer com que os jovens enxerguem a engenharia como a profissão do momento e do futuro. O desenvolvimento contínuo do País tem de servir de estímulo para o ingresso na carreira", afirma Murilo Pinheiro, presidente da FNE. Ele não soube precisar a quantidade de escolas que receberão o material, mas afirmou que a distribuição terá alcance nacional. "Ainda estamos fechando os números." Ele alerta para a falta de engenheiros no País, após anos de desvalorização da profissão. "Projetos como o PAC, o pré-sal e o Minha Casa, Minha Vida demandam milhares de profissionais", salienta.Segundo números da FNE, que constam do estudo "Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento", apenas para dar conta do setor petrolífero são necessários cerca de 170 mil profissionais nos próximos anos. Os 2.032 cursos oferecidos no País formam cerca de 40 mil profissionais por ano, número que precisaria ser dobrado para 80 mil em um prazo de seis a dez anos, nas contas de Pinheiro. O maior problema, diz ele, é que a taxa de abandono dos cursos de engenharia é altíssima. Apenas 30% dos 140 mil estudantes que ingressam nas faculdades se formam. A desistência se concentra nos dois primeiros anos. Ele atribui o alto índice de abandono a vários fatores, como a incapacidade de as faculdades reterem os alunos. A forte carga teórica inicial assusta os alunos, que muitas vezes entram despreparados na faculdade. O salário é outra questão. O piso nacional da carreira é de nove salários mínimos (R$ 4.590), mas na prática o valor é bem menor, apesar da demanda crescente por esse tipo de profissional. "Às vezes, nem o governo respeita o piso", afirma.Petróleo e gásPara suprir a falta de profissionais, incluindo engenheiros, no setor de petróleo e gás, a Petrobras financia um plano de qualificação profissional do Programa de Mobilização Nacional da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que deve chegar até março deste ano com 78 mil profissionais treinados em 15 Estados. Além desses profissionais, a execução do Plano de Negócios da Petrobras para o período 2009-2013 vai demandar a qualificação de mais 207 mil pessoas, em 185 categorias profissionais, para o atendimento dos empreendimentos previstos para esse período em 13 Estados. Serão investidos R$ 554 milhões no treinamento desses profissionais.Os cursos de qualificação do Prominp são oferecidos por meio de processos de seleção pública que ocorrem, no mínimo, uma vez por ano nos Estados que possuem empreendimentos do setor de petróleo e gás natural. Se o candidato for aprovado, antes de iniciar o curso ele deverá comprovar os pré-requisitos. Aqueles que estiverem desempregados durante o período do curso ainda recebem bolsa-auxílio mensal de R$ 300,00 para nível básico, R$ 600,00 para nível médio e técnico e R$ 900,00 para nível superior.As inscrições para o próximo Prominp serão abertas em 12 de janeiro e vão até o dia 29. Informações podem ser obtidas no site da Fundação Cesgranrio: www.cesgranrio.org.br. Os salários variam de R$ 1,1 mil a R$ 5,6 mil.

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