Ensino médio perde alunos em 2009

Censo mostra que nível do ensino teve 30 mil matrículas a menos; na zona rural houve aumento

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Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Quase 30 mil alunos a menos se matricularam no ensino médio em 2009 no País.Apesar da diferença pequena mostrada pelo Censo da Educação Básica, divulgado ontem pelo Ministério da Educação, a queda, de 0,3%, preocupa, já que esse é o nível de ensino que mais deveria estar crescendo no País. Apenas 50% dos jovens de 15 a 17 anos, idade escolar correta, estão matriculados do 1º ao 3º ano. Por enquanto, apenas na zona rural tradicionalmente negligenciada no número de escolas o ensino médio cresce. Foram 9,4% mais alunos em 2009. Nos dois últimos anos também não houve crescimento. No ano passado, foram 3,2 mil matrículas a menos.   O mesmo fenômeno vem acontecendo desde 2005 no ensino fundamental. Nesse caso, o ministério credita ao menor número de brasileiros na faixa etária de 7 a 14 anos, aliado à chamada correção de fluxo – menor repetência, o que levaria os estudantes a ficarem menos tempo retidos de 1ª a 8ª série. No entanto, esse número maior de jovens que consegue terminar o fundamental deveria ter passado para o ensino médio e os números não têm demonstrado isso.   "Se pode dizer que o ensino médio está crescendo mais lentamente do que gostaríamos, mas está crescendo. Se olharmos os números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), veremos que a cobertura vem aumentando", afirmou Reynaldo Fernandes, presidente do pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo censo.   Uma das hipóteses do Inep é a migração para a educação profissional, uma das áreas que mais têm crescido. De 2008 a 2009, houve um aumento de 8,3% nas matrículas da educação profissional ou 65,6 mil alunos a mais. No período anterior, o crescimento havia sido ainda mais expressivo, de 14,7%.   AUMENTO NAS CRECHES Os números do censo 2009 só são positivos em duas áreas: além do profissional, cresceram também 8,3% as matrículas em creches. Em todas as demais áreas houve queda. A maior delas na matrícula de educação especial, com 21%. No entanto, essa é uma diferença explicada pela migração de estudantes de classes especiais para escolas regulares. Em 2007, 53% das crianças com necessidades especiais estavam matriculadas em escolas específicas. Em 2009, são apenas 39%.  

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