Enem será obrigatório na rede pública a partir de 2010

Cada Estado decidirá a nota mínima de que os estudantes precisarão na prova para conseguir o diploma

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Por Gustavo Uribe e da Agência Estado
Atualização:

A partir do ano que vem, todos os estudantes da rede de educação pública podem ser obrigados a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Atualmente, a participação no exame é voluntária. A proposta foi aceita pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante reunião com membros do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para definir as novas diretrizes da prova para 2010. 

 

 

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Para a medida entrar em vigor, o ministério deve avaliar se todos os estudantes do País têm acesso aos locais onde serão realizadas as provas. Na mesma reunião, Haddad pediu um exame de logística para conferir a viabilidade da proposta. "O exame não é realizado em todas as escolas. Temos de conferir se há orçamento para financiar transporte e alimentação dos alunos", explicou a presidente do Consed, Maria Auxiliadora Seabra.

 

Segundo a proposta, só aqueles que fizerem a prova e tirarem notas acima de uma média estipulada pela secretaria de cada Estado terão acesso ao diploma do ensino médio. "O maior avanço da proposta é que o exame passará a ser uma base de comparação, de estatística, para avaliar o ensino das escolas públicas e monitorar o desempenho dos alunos." 

 

O Ministério da Educação (MEC) e o Consed também aprovaram as modificações por que passará a prova do Enem no ano que vem, divulgadas à imprensa na quarta-feira. O novo formato da prova deve ser mais focado na compreensão de problemas e vai banir questões que requerem a memorização de datas históricas ou fórmulas matemáticas.

 

Outra decisão é o fim das questões com "pegadinhas", ou seja, que possam confundir os alunos.

De acordo com o ministro, os conteúdos cobrados na prova serão os mesmos ensinados pelas escolas públicas no ensino médio.  Segundo Haddad, o novo Enem não poderá ser aplicado durante o período de aula e terá datas e locais confirmados previamente.

 

A proposta é que o exame faça com que o currículo do ensino médio norteie as provas de acesso ao ensino superior e não o contrário, como Maria Auxiliadora acredita que esteja acontecendo. "Por meio do novo exame, será possível sentar à mesa com as universidades e propor mudanças tanto nos vestibulares como nos currículos dos cursos. Os professores devem estar adaptados ao conteúdo cobrado pelo novo Enem", explicou.

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(Ampliada com mais informações às 17h43)

 

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