
24 de janeiro de 2021 | 13h15
Mochila nas costas e máscara no rosto. Esse é o dress code dos jovens que se propuseram a realizar a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na manhã deste domingo, 24, na Universidade Cruzeiro do Sul, localizada na Avenida Paulista, em São Paulo. A abertura dos portões estava marcada para as 11h30 e, o início das provas, às 13h30.
A estudante Giulia Beatriz Tomé Costa, de 17 anos, diz que, por ser ansiosa, procurou chegar o mais cedo possível. A expectativa está alta, "apesar de não gostar de matemática, estou preparada para realizar a prova, afinal, mesmo com método de estudo à distância, tive mais liberdade para estudar os tópicos que, de fato, eu precisava e queria me dedicar. Na escola, por exemplo, as amizades nos dispersam", conta ela, que tem mãe e padrasto professores. "Tive muita facilidade por causa disso", brinca.
A estudante, que quer ser professora de Português e se formar em literatura coreana, confessa que estudava todos os dias das 14h às 18h, mas, ainda assim, pensou em desistir. "Como sou treineira, cheguei à conclusão de que não havia necessidade de vir, mas ao mesmo tempo, é um preparo necessário para todo mundo, porque quem deixa (os estudos) para a última hora acaba se dando mal", conclui ela, que opina: "Acredito que não deveriam ter aplicado a prova. São Paulo tem muita gente circulando. Parece que as pessoas não se importam com a pandemia e isso me faz refletir sobre a segurança", enfatiza.
A estudante conta que o aumento da lotação (nos locais de prova) de 50% para 80% é um agravante. "Mas, aqui (na Universidade Cruzeiro do Sul), eles separam bem. Na semana passada, durante a primeira etapa, tinham 15 pessoas na minha sala, apenas".
Para o estudante Douglas Bueno Carvalho, de 18 anos, foi difícil se adaptar ao EAD. "Não estamos acostumados com isso. Acabava estudando entre meia hora e uma hora por dia. Como a prova foi anunciada bem cedo, acabei não estudando tanto assim. Fui diluindo o estudo ao longo do ano, isso deu uma preparação mais tranquila", conta ele, que quer ser designer.
A estudante Laura Antunes, de 18 anos, finalizou o ensino médio ano passado e agora esse é seu primeiro ano fazendo o Enem "pra valer". Na visão dela, como muitas pessoas desistiram do Enem neste ano, a concorrência deve estar menos acirrada, no entanto, "não tive uma boa qualidade de estudos via EAD, pois a adaptação à nova experiência foi bem difícil, principalmente na primeira metade do ano."
Sobre chegar com mais de meia hora de antecedência ao local da prova ela, que quer fazer Direito, relata: "Soube dos problemas ocorridos na semana passada (alunos barrados), que, aliás, achei um absurdo, então, resolvi chegar mais cedo. Eu não queria passar por isso".
Para Bruno Ferrucio, 20, que prestará vestibular para Ciências da Computação, é importante chegar mais cedo, por causa do cenário de pandemia. "Quero conseguir um lugar perto da janela, mais afastado dos demais candidatos".
Já Arthur Missias, 17, que acabou o Ensino Médio no ano passado e pretende cursar Farmácia. "Eu tô de boa. Fico meio em cima do muro em opinar se deveria ou não haver a prova. Muitos amigos meus acham que não, tanto que vários desistiram". Para ele, mesmo com a dificuldade do EAD, a vantagem de fazer o Enem agora é, justamente, não ter um ano perdido.
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