Enade avalia quase meio milhão de estudantes neste domingo

Avaliação do ensino superior será feita neste domingo com último grupo de cursos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) se completa somente neste domingo, 12, três anos após sua criação. A prova deste ano avalia alunos do último e maior grupo de cursos de ensino superior, que inclui Administração, Direito e Psicologia, com quase meio milhão de participantes. A partir de 2007, com a repetição das áreas já avaliadas, as comparações entre desempenho de alunos dos primeiros e dos últimos anos dos cursos - a maior inovação do Enade - poderão enfim ser feitas. As análises pretendem mostrar quanto as universidades e faculdades agregam de conhecimento aos seus estudantes. Isso porque os ingressantes da área de Saúde, por exemplo, que fizeram o Enade em 2004, poderão participar do exame novamente em 2007, como formandos. Segundo o coordenador da prova no Ministério da Educação (MEC), Amir Limana, pelo menos 3% dos alunos selecionados serão os mesmos que fizeram o Enade anteriormente. Diferentemente do que ocorria com o Provão - exame antecessor ao Enade criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso -, os participantes são escolhidos por sorteio, no grupo de cursos predeterminado. Neste ano, havia 821.281 participantes possíveis e 463.165 foram chamados. Outros cerca de 25 mil são alunos que faltaram em edições anteriores ou se inscreveram voluntariamente. A maior parte dos alunos (33%) cursa Administração. E o Estado com mais estudantes é São Paulo; são 125.451 participantes. A prova começa às 13 horas e vai até as 17 horas. A partir do ano que vem, as instituições terão as notas de seus alunos ingressantes e poderão comparar com as tiradas pelos que estão no último ano do curso. Segundo Limana, poderá então deixar de existir uma taxa criada neste ano para tentar expressar o mesmo significado, o Índice de Diferença do Desempenho (IDD). A taxa leva em conta uma média do desempenho dos alunos nas áreas avaliadas e traça uma ?nota esperada? para os concluintes. Os conceitos vão de 1 a 5. Os cursos que ultrapassam essa nota esperada recebem conceitos 4 ou 5; os que têm exatamente a nota esperada, 3. E os que ficam abaixo disso, conceitos 1 ou 2. A maioria das instituições federais teve neste ano IDD 3, 4 ou 5 - ou seja, seus alunos aprenderam muito. O índice deve ser usado ainda com os cursos que participam da prova deste domingo. Com o exame completo, não haverá mais necessidade de se criar ?nota esperada?. Estrutura O Enade tem provas de conhecimentos gerais e específicos, de cada carreira avaliada. O conceito dado ao curso, que varia de 1 a 5, é formulado a partir de 15% da nota dos ingressantes e 60% da nota dos concluintes na prova específica e 25% da nota dos dois grupos em conhecimentos gerais. O exame faz parte do Sistema de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), que avalia ainda professores e estrutura dos cursos. ?Meu curso é muito prático, não sei como vão avaliar design de moda em uma prova teórica?, diz a estudante do último ano do Centro Universitário Senac Maria Luísa Alves de Souza, de 22 anos. Ela faz parte do grupo da grande área de Design, que inclui ainda design gráfico e industrial, entre outros. A área de Comunicação Social também terá uma única prova, aplicada a estudantes de Jornalismo, Publicidade etc. Mais de 5.300 cursos fazem parte das 15 áreas avaliadas neste ano. Todas as instituições privadas e federais são obrigadas a participar da prova. Caso contrário, seus alunos não recebem os diplomas. Instituições estaduais não precisam enviar estudantes ao Enade. No entanto, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) são as únicas a não participar. Elas alegam que já têm avaliação própria. A outra pública do Estado, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), aderiu ao Enade, mas há alunos descontentes. A turma de Psicologia de Assis avisa que entregará a prova em branco. ?Não fomos informados dos critérios para fazer a prova nem da bibliografia utilizada. Achamos que um exame não pode ser imposto, deve ser discutido?, diz o aluno do último ano Francisco do Nascimento Couto, de 22 anos.

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