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<!-- emercado -->Número de escolas particulares triplica em SP

Enquanto isso, classe média reduz número de filhos e perde renda, agravando a situação do setor

Por Agencia Estado
Atualização:

Se abrir uma escola particular em São Paulo já foi um bom negócio, hoje é uma aposta de risco, por causa da concorrência desenfreada. Dados divulgados pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) mostram que de 1996 a 2003 o número de particulares quase triplicou. Enquanto o de alunos ficou praticamente estável. Em 96, segundo o Sieesp, havia 2.564 escolas particulares no Estado; no ano passado, eram 6.047. O número de alunos, enquanto isso, passou de 1,133 milhão para 1,301 milhão. Não é à toa que 52,8% das escolas do Estado têm somente até cem alunos. Na capital, esse índice é de 56,5%. Muitas têm dificuldade de se manter. Sem escola cheia ?Quem está tirando alunos da particular é a própria particular e não a pública, como às vezes se imagina?, diz o diretor do sindicato, Roberto Prado. Somente na cidade de São Paulo, de 2002 a 2003, surgiram 118 escolas. Entre as regiões campeãs em expansão estão Freguesia do Ó e Penha (com 20 novas instituições cada uma). ?A concorrência é muito grande. Você nunca tem a escola cheia. Muitas escolas conseguem cobrar abaixo da média porque não têm pessoal especializado, não estão regulamentadas nem têm método pedagógico?, diz Karen Giovana Queiróz Cardoso, diretora-administrativa da Escola de Educação Infantil Dengoso, na Freguesia, que tem 70 alunos e capacidade para 120. Natalidade e renda Mas a concorrência não é o único problema. A diminuição das taxas de natalidade ? principalmente entre as famílias de mais alta renda ? e o achatamento da renda da classe média também atrapalham a vida dos mantenedores. ?Não vale mais a pena abrir escola?, diz Prado. ?Quem já tem a sua deve pensar duas vezes antes de oferecer outro nível de ensino. Ou, então, se segmentar e voltar a oferecer um só nível, o médio, por exemplo.? O sindicato deu início, em Campinas, a uma série de reuniões com mantenedores para apresentar os dados. O levantamento se baseia em informações do Censo Escolar de 2003, do IBGE e da Secretaria de Estado da Educação.

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