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<!-- emercado -->Cristovam apóia aquisição de faculdades brasileiras por fundos estrangeiros

Para o ministro da Educação, investimento é salutar quando aplicado no ensino. Para ele, não é a nacionalidade que importa, mas sim o currículo e os parâmetros brasileiros

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, considera salutar o interesse de grupos estrangeiros em investir no mercado de ensino particular brasileiro. "É muito melhor que o capital seja aplicado na educação do que em outras áreas, como pornografia ou jogo", disse o ministro. Para Cristovam, o essencial não é a nacionalidade do investidor mas a forma como o dinheiro é aplicado. "Temos de mostrar qual é o tipo de ensino que queremos. Se seguirem os parâmetros curriculares, se o conteúdo for bom, não há motivos para nos preocuparmos." O ministro descartou o risco de o mercantilismo dominar a área. "Temos de nos preocupar com o currículo, que tem de ser brasileiro. Não vamos tolerar, por exemplo, mensagens racistas." Consumo A tranqüilidade de Cristovam não é compartilhada pelo presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Gastão Vieira (PMDB-MA). "Abrir o mercado de educação como se fosse um bem de consumo qualquer não me parece razoável." Ao mesmo tempo, o deputado reconhece que estabelecer controles rígidos não seria a melhor saída: "Isso seria vender dificuldades para receber facilidades." Segundo Vieira, a comissão vai discutir o tema na próxima semana. O interesse dos investidores também será debatido na próxima reunião da Comissão de Educação do Senado, disse seu presidente, Osmar Dias (PDT-PR). "Além da formação de alunos, a universidade tem um papel importante no desenvolvimento regional. Talvez investidores internacionais não tenham o mesmo compromisso." Dias admitiu que muitas faculdades particulares não se dedicam a esse tipo de atividade. "Seja como for, temos de acompanhar esse processo. Alguma vantagem para o setor tem de ser oferecida." Instituições familiares Segundo o presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Gabriel Mario Rodrigues, o setor privado da educação no Brasil foi formado por empresas familiares ou por amigos que se associaram, mas não se profissionalizaram completamente. "Os fundadores hoje querem passar as empresas para os filhos ou profissionais", disse. No entanto, essa estrutura familiar pode ser um obstáculo para os investidores. A Universidade São Marcos é uma das que já foram procuradas por fundos estrangeiros, mas as negociações não evoluíram por falta de interesse da instituição, disse o vice-reitor, Márcio Luiz Miranda de Paula. "Não é como comprar uma empresa qualquer. Educação é um outro mundo." Clique para ler mais em Governo e especialistas se opõem à desregulamentação do ensino

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