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Trainees viram gerentes de bases da Gol em cidades de pequeno e médio porte

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Por Carlos Lordelo
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A Gol Linhas Aéreas cresceu tanto desde que foi criada, em 2001, que os modelos de gestão não seguiram o ritmo. O cenário começou a mudar em 2009, com uma reestruturação que hoje inclui o trabalho de 17 recém-formados, escolhidos entre 8 mil candidatos para a primeira turma do programa de trainee de gerente de aeroporto. Numa iniciativa inédita, parte deles assumiu desde maio as bases da Gol em cidades pequenas e médias, como Maringá, Maceió e Rio Branco.De São José do Rio Preto (SP), o bacharel em Relações Internacionais Gustavo Bachiega, de 26 anos, foi parar em Rio Branco. Ele sabe que o stress de passageiros é componente básico do trabalho, mas se diz preparado. “É muito dinâmico. Se o voo cancela em cima da hora ou atrasa, você tem que observar as normas e atender aos clientes da melhor maneira.”O administrador João Vitor Uetanabaro, de 25, largou o cargo de analista de inteligência no setor de telecomunicações para ser trainee da Gol. “A possibilidade de ser gestor em tão pouco tempo me atraiu.” Hoje ele gerencia a base de Maringá (PR) e já comemora um recorde: em julho, a Gol embarcou e desembarcou na cidade 49 mil passageiros. “É um desafio acompanhar o rápido crescimento do mercado.”Antes de assumir os postos, os novatos receberam treinamento intensivo por três meses na sede da Gol, em São Paulo. Aprenderam sobre leis, gestão de projetos e pessoas e saíram com uma visão global do negócio, da venda de passagens à manutenção de aviões. Segundo o diretor de Clientes, Colaboradores e Gestão da Gol, Felipe Sommer, o programa faz parte de um projeto maior, de reformulação da empresa. “Temos um desafio grande pela frente e precisamos acelerar a formação de pessoal”, diz, referindo-se à Copa, às Olimpíadas e ao aumento da demanda por voos domésticos.Os trainees são acompanhados por seus gerentes regionais e receberão atenção especial da área de Recursos Humanos da empresa até o fim do ano. “Pegamos jovens com boa formação e vivência e deixamos claro qual modelo a empresa quer implementar, de cultura, gestão de pessoas e resultados. Eles agora estão nas bases disseminando essa mensagem.”Nem sempre o processo é tranquilo. Graduada em Relações Internacionais pela PUC-Minas, Ana Cristina de Souza, de 25, acha que a equipe da base de Maceió resistiu às mudanças no início. “Fui bem recebida, mas meu trabalho, não muito. Hoje os colaboradores já entendem as novas orientações”, diz Ana, que antes da Gol trabalhava numa operadora de turismo em Belo Horizonte.Metade dos trainees está na área administrativa. O paraense Jadson Ferreira, de 22, foi selecionado para a Gerência Corporativa de Aeroportos, na sede da Gol. Graduado em Administração em São José do Rio Preto, ele ajuda as bases a preparar o orçamento anual. Jadson já tinha experiência no assunto, mas numa fabricante de carrocerias. “É totalmente diferente fazer o orçamento da Gol, uma empresa de serviços que cresceu tanto e agora precisa implantar alguns padrões”, diz. “Não sou gerente, mas me sinto igualmente desafiado.”

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