Em SP, Bill Clinton elogia programa Bolsa Família

Ex-presidente dos EUA fez palestra e repondeu a perguntas de estudantes

PUBLICIDADE

Por Ana Bizzotto
Atualização:

Em palestra ontem à noite para 700 pessoas na Universidade Anhembi Morumbi, o ex-presidente americano Bill Clinton elogiou o programa Bolsa Família, como forma de diminuir a desigualdade de renda e ampliar o acesso à educação. "Quando eu era presidente, o Brasil teve uma importante iniciativa de colocar suas crianças na escola, pagando uma certa quantia de dinheiro aos pais das crianças mais pobres para que elas fossem à escola e permanecessem lá mais tempo", disse Clinton. "Então há uma tradição neste país de tentar descobrir como resolver esses problemas."   Desigualdade social, crise econômica e aquecimento global foram os principais temas abordados por Clinton. Ao se referir à economia, ele disse concordar com a frase do presidente Lula, que atribuiu a crise a "gente branca e de olhos azuis'. Clinton afirmou que a crise começou nos Estados Unidos e enfatizou que "cada um de nós tem que estar comprometido a reduzir os efeitos negativos da interdependência."   No fim da palestra, Clinton respondeu a três perguntas de alunos da Anhembi Morumbi. A estudante Antonella Martins perguntou a Clinton sobre como a universidade pode contribuir para a formação de futuros líderes. "A coisa mais importante é garantir que os alunos que entrem para a universidade estejam cientes das oportunidades de se tornar um líder cidadão", respondeu Clinton. "Gostaria de ver todas as instituições de ensino superior criar suas próprias ONGs. Vocês ficariam impressionados de ver quantas pessoas poderiam ajudar com pouco dinheiro, muitas ideias e muito coração."   Após deixar a presidência dos Estados Unidos, em 2002, Bill Clinton fundou a William J. Clinton Foundation, dedicada a promover iniciativas para combater grandes problemas mundiais, como a aids e o aquecimento global. Ele disse considerar o Brasil "um dos países mais importantes do mundo" para o combate às alterações do clima.   Clinton também enfatizou a importância de "como" resolver problemas, referindo-se às iniciativas individuais e de ONGs que contribuam para enfrentar os desafios globais. Segundo ele, muitas vezes se pensa em "o que fazer" e "quanto dinheiro vai custar" e sobra pouco espaço para perguntar sobre o "como", principalmente quando se trata de políticas governamentais. "Temos de lidar com problemas muito grandes e não podemos depender apenas do governo para isso."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.