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<!-- eformação -->Reino Unido disputa talentos brasileiros

Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte querem estudantes e bons profissionais

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de décadas investindo no Oriente, em países como Japão, Índia e China, o governo do Reino Unido incluiu o Brasil como um dos locais prioritários para buscar profissionais em fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento de carreira. Desta decisão resultam medidas que flexibilizam a entrada de estudantes que também possam trabalhar lá, mais ênfase no intercâmbio de agentes educacionais e reforço no investimento em marketing e na concessão de bolsas de estudo para brasileiros em pós-graduação, mestrado e doutorado na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. "Queremos sair do nosso mercado tradicional. México seguido de Brasil são agora prioritários, e só depois vêm China e Índia", detalha Simon Earp, diretor da Management School, escola de negócios da University of Edinburgh, em Edimburgo (Escócia). Competição Earp não esconde que mesmo em nível local há competição. "A Escócia é mais barata que a Inglaterra, é rica em festivais culturais e sofreu menos abalos em relação ao nível de emprego", diz. Ele menciona experimentos de clonagem com a ovelha Dolly, a reputação em pesquisas com alta tecnologia, óleo e gás e o cenário medieval do país como atrativos. Os porta-vozes de escolas da Inglaterra lembram que ações práticas do governo instigam o interesse de estrangeiros. "Acaba de sair uma regulamentação no Reino Unido, segundo a qual a pessoa pode obter autorização para atuar em áreas que não tenham ingleses muito qualificados", lembra a vice-chanceler (equivalente ao cargo de vice-reitora) da University of Newcastle Upon Tyne, Madeleine Atkins, que atua na direção da instituição que fica na Inglaterra, a duas horas de Londres, e tem 160 anos. A escola destaca-se na área de pesquisa em Medicina, Biociências, Genética e Engenharia Avançada.Começou a investir no programa de relações internacionais e foi pioneira em Engenharia Naval. Engenharia e TI Madeleine afirma que em setores de Engenharia e Tecnologia da Informação, por exemplo, há necessidade de bons profissionais. Ela relaciona os benefícios da nova medida para quem segue para lá em cursos de pós-graduação ou doutorado: "Antes, a vida profissional do aluno estava amarrada à escola. Ao vencer o visto de permanência, imediatamente ele tinha de ir embora. Atualmente, pode pedir permissão para ficar aqui por um determinado período, enquanto arruma trabalho." Mercado O interesse nos alunos brasileiros também tem razões econômicas. O Reino Unido é hoje o maior provedor de MBAs (Master in Business Administration, cursos que formam experts em negócios). Anualmente, 850 mil alunos de todo o mundo estudam lá. Na University of Newcastle, o faturamento atual é de 220 milhões de libras por ano (pouco mais de R$ 1 bilhão). O dinheiro vindo de estrangeiros representa 6% do total. A escola tem 230 cursos de graduação e 170 de pós-graduação. Na pós, diz Madeleine, de cada quatro estudantes, um é estrangeiro. Atrair profissionais "Mais importante do que o dinheiro é atrair profissionais que desenvolvam boas pesquisas", diz. "Queremos que os brasileiros venham para cá, tenham boa impressão, por isso facilitamos os estudos. Queremos que eles se empreguem em boas empresas e façam negócios aqui ou em seu país." Lá, há 11 brasileiros na pós-graduação, dois com bolsa de estudos. O governo britânico está para divulgar as bolsas chevening, que financiam pós-graduação. O site www.educationuk.org.br divulga informações sobre o programa, que recebe inscrição de brasileiros para 70 bolsas.

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