<!-- eestatísticas -->SP tem a 3.ª melhor taxa de acesso à escola

Conclusão sobre o Mapa da Exclusão Educacional: São Paulo tem o maior número de brasileiros de 7 a 14 anos fora da escola, mas isso representa só 3,2% das crianças paulistas nesta faixa etária

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Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo tem o maior número de crianças brasileiras de7 a 14 anos fora da escola, mas é o Estado com a terceira melhor taxa de inclusão escolar no País. Assim pode ser concluída a acirrada discussão política entre petistas do governo federal e da prefeitura paulistana e tucanos do governo paulista, deflagrada pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque. Na quarta-feira, o ministro criticou o Estado de São Paulo por ser o ?mais rico? da Federação e, mesmo assim, ter o maior número de crianças fora da escola. Usando os números absolutos obtidos no Censo 2000, Cristovam anunciou que estão em São Paulo 11,2% das 27.188.217 crianças brasileiras com 7 a 14 anos sem escola. É o maior porcentual desta faixa da população nacional entre todos os Estados. Isso se explica porque São Paulo é a mais populosa unidade da Federação, mas Cristovam insistiu na crítica. Tomando como base apenas os 5.262.155 meninos e meninas entre 7 e 14 anos residentes em território paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) reagiu lembrando que apenas 3,2% deles (168.730) estavam fora da escola no ano 2000. Este é o terceiro menor índice estadual de crianças fora da escola, atrás apenas do Distrito Federal (2,4%) e do Rio Grande do Sul (2,7%). O pior índice estadual apurado com base no Censo 2000 foi o do Amazonas, onde ir à escola implica andar quilômetros e usar barcos, em muitos casos. Com 552.339 crianças de 7 a 14 anos, o Amazonas tinha 92.836 delas fora da escola, ou 16,8% da população nesta faixa etária. Absolutos e relativos O Brasil, segundo o IBGE, tinha 27.188.217 crianças e adolescentes com 7 a 14 anos no ano 2000. Destes, 1.495.643, ou 5,5%, estavam fora da escola. Em termos absolutos, a Bahia vem logo atrás de São Paulo, com 10,6% das crianças brasileiras sem escola. A população baiana tem cerca de 3 milhões de crianças a menos que São Paulo na faixa etária analisada pelo MEC. São 2.316.12 e, destes, 159.580 estão fora da escola: 6,8% do total do Estado. O Pará tem o terceiro maior contingente de crianças brasileiras sem escola: 8%. A população estadual na faixa de 7 a 14 anos é de 1.210.757 crianças. Destas, 119.974 estão fora escola: 9,9% do total do Estado. Os dados foram compilados no chamado Mapa de Exclusão Educacional, apresentado pelo Ministério da Educação. Réplicas e tréplicas A discussão iniciada pela crítica do ministro durou toda a quinta-feira. O governador paulista disse que o MEC fez "comparações absurdas" em relação a seu Estado. "Quando você compara número absoluto, ocorre equívoco, pois São Paulo tem quase um quarto da população brasileira, quase 38 milhões de pessoas." Alckmin disse que 99,8% das crianças paulistas estão matriculadas no ensino fundamental, afirmando que a média do País é de 95%. No ensino médio, disse que o Estado tem 95% da população matriculada - segundo ele, a média nacional é de 85%. Cristovam espantou-se com a reação do governador e ponderou que a culpa por esta situação não é somente do governo estadual, lembrando que muitas prefeituras paulistas são comandadas pelo seu partido, o PT. Mas voltou a criticar o fato de haver tantas crianças fora da escola na mais rica unidade da Federação. Enquanto isso, as secretarias de Educação do Estado (PSDB) e da prefeitura paulistana (PT) trocavam críticas ácidas com números de matrículas e vagas.

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