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<!-- eestatísticas -->Analfabetismo cai em ritmo menor, revela Pnad

Por Agencia Estado
Atualização:

A redução do analfabetismo, grande avanço na educação dos anos 90, foi mantida em 2003, mas em ritmo menor do que registrado nos anos anteriores. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2003), divulgada na quarta-feira pelo IBGE. Na população de 10 anos ou mais, a taxa era de 11,4% em 2001, passou a 10,9% em 2002 e ficou em 10,6% em 2003. Na avaliação dos números absolutos percebe-se melhor a diferença. Entre 2001 e 2002, o País teve 364.765 analfabetos a menos. Entre 2002 e 2003, essa redução foi de 75.036 pessoas. Havia no ano passado 15,216 milhões de analfabetos nessa faixa etária. Na faixa de 10 a 14 anos, as notícias são positivas. O ritmo de queda acompanhou os anos anteriores e a redução em números absolutos foi maior. Entre 2001 e 2002, houve 62,4 mil crianças analfabetas a menos. Entre 2002 e 2003, foram 63,9 mil a menos. A taxa de analfabetismo nessa faixa etária em 2003 era de apenas 3,5%. No ano anterior, era de 3,8% e em 2001, de 4,2%. Qualidade Com o acesso das crianças de 7 a 14 anos à educação praticamente universalizado no País, uma nova tarefa está desafiando os governantes: a qualificação do ensino. A partir de março, alunos da 4.ª e da 8.ª séries do ensino fundamental das escolas públicas farão testes de avaliação para que sejam constatadas as maiores dificuldades. O passo seguinte será um programa de qualificação dos professores. Em 2003, houve um pequeno aumento no porcentual na população de 7 a 14 anos que estuda, de 96,9% para 97,2%. "A criação do Fundef (fundo voltado ao ensino fundamental, que vinculou recursos para os municípios ao número de alunos matriculados) foi muito importante para que alcançássemos isso. Houve uma responsabilidade compartilhada dos governos federal, estaduais e municipais", diz Paulo Renato Souza, que foi ministro da Educação nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Permanência na escola Segundo o professor William Campos, representante do Ministério da Educação no Rio, a melhoria na qualidade do ensino está diretamente ligada a outro ponto que ainda precisa ser aperfeiçoado na educação: a permanência dos alunos na escola, de modo que cheguem pelo menos ao ensino médio. A Pnad mostra que, em 2003, a média de anos de estudos dos adultos de 25 anos ou mais ainda era baixa, de 6,3 anos, o que indica que nem sequer concluíram a 7.ª série. Já há uma melhora entre os jovens de 20 a 24 anos, que tem 8,5 anos em média de estudos, mas continuam com o fundamental incompleto. "A universalização aconteceu no acesso à escola, mas constatamos que a qualidade do ensino não é a desejada. Nosso trabalho é qualificar", diz Campos. Gênero Os números da Pnad 2003 apontam a diferença na educação da população feminina e masculina. Superados os obstáculos familiares e culturais que dificultaram o acesso das mulheres até meados do século 20, elas hoje superam os homens em escolaridade, apesar de a vantagem não ser traduzida em equiparação de salários. As diferenças começam entre as crianças. O índice de analfabetismo entre os meninos de 10 a 14 anos é mais que o dobro (4,7%) daquele registrado entre as meninas (2,2%). Na população jovem, especialmente a que trabalha, as diferenças se acentuam: as mulheres de 20 a 24 anos ocupadas têm em média 9,5 anos de estudos (ensino médio incompleto), enquanto entre os trabalhadores da mesma faixa etária são oito anos na escola (fundamental completo). Já na população com 10 anos ou mais de idade que trabalha, há 28 homens com ensino médio completo para cada grupo de cem. Entre as mulheres, são quase 40. No entanto, os homens ocupados têm renda média de R$ 786 mensais, enquanto as mulheres recebem R$ 547 - 30,4% a menos.      mais estatísticas de educação

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