<!-- ecarreira -->Moda forja profissional especializado

Indústria requer versatilidade e estudo constante. Executivos viajam muito, mas rotina não é só de glamour

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Por Agencia Estado
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Em Londres, um restaurante árabe toca música eletrônica e a disparidade das culturas chama a atenção do publicitário e economista Paulo Pedó Filho, de 33 anos, gerente comercial da Grendene. Em um outro restaurante londrino ele observa a decoração do ambiente, com fotos de japoneses; nas vitrines de Nova York, vê objetos como búzios e outros com temas africanos. São cenas de uma das principais tarefas do trabalho de Pedó, observar e colher informações sobre hábitos nas capitais estrangeiras que influenciam todo o mundo. Com 14 anos de carreira, 12 anos de trabalho na Grendene, a fabricante da Melissa, e nos últimos seis respondendo pela área comercial, Pedó tem como tarefa de trabalho viajar, no mínimo, três vezes por ano para percorrer vários países. Depois dessa investigação e sempre atento ao pé de quem vê à primeira vista, o executivo transmite isso a uma equipe que dá um perfil às coleções, entre elas a da grife Melissa, que completa 25 anos neste ano. Roteiros Duas das viagens de Pedó costumam ser para um roteiro europeu (Paris, Londres, Milão, Amsterdã, Barcelona) e o outra para feiras de negócios de moda dos Estados Unidos. No primeiro roteiro, ele tem, ainda como função do seu cargo, de visitar bares e roteiros culturais para conhecer a vida noturna, observar expressões, costumes, hábitos. ?São viagens de pesquisa, para observar o comportamento mundial e traduzir isso às coleções.? É a partir desse estudo que começa o embrião do que será uma nova coleção da Melissa. Trânsito na empresa Mas o executivo deixa bem claro que o trabalho não tem somente esse lado de investigação cultural. Ele tem reuniões com representantes, fornecedores, clientes. Transita por várias áreas dentro da empresa. Da propaganda à gerência de novos produtos. E também por questões bastante pragmáticas, como a definição de preço de produtos. ?Um executivo de moda tem de estar preparado para trabalhar com essa multiplicidade de jobs?, diz. ?É como organizar uma colcha de retalhos?, lembra. Se, por um lado, há tarefas lúdicas e algumas pragmáticas, o ar descontraído do ramo anima o executivo. ?Tenho 33 anos e sou o mais velho da equipe e não preciso usar terno e gravata. Não me imagino assim.? Na sua equipe ele tem nove profissionais e administra outros 17 em escritórios espalhados pelo Brasil. O que esse trabalho deu à sua vida? ?Depois desse trabalho, eu me sinto um cidadão do mundo?, conta. Ele diz que uma das viagens mais marcantes foi feita àTailândia. Muito estudo Investigar a história e cultura é uma atividade descrita como das mais fundamentais para o profissional que trabalha com moda. O consultor de maquiagem da Natura Marcos Costa, não se cansa de estudar. E diz aos jovens que isso pode ser feito de uma maneira bem prazeroza. ?É bom ver muitas revistas, nacionais e importadas, navegar por sites especializados, ir ao cinema, estudar a história da moda, ler livros?, aconselha. ?Para ser um bom maquiador, é preciso entender a história da moda nos séculos.? E acrescenta: ?praticar e praticar, seja na vizinha, na irmã, na tia.? Muito versátil, Costa diz que o mercado de trabalho para o maquiador se ampliou. O profissional pode trabalhar para eventos, desfiles, revistas de moda, TV, cinema, publicidade, só para citar alguns. E cada um tem sua peculiaridade. ?Trabalhar para um desfile apura muito o nosso traço.? Responsabilidade, sem preguiça Ele diz que sua vida profissional está mais completa hoje graças ao trabalho que desenvolve para a Natura, viajando o Brasil para dar cursos no projeto Oficina de Maquiagem Natura. Um dos pioneiros a dar curso em consultoria de Beleza, o maquiador diz que sua profissão lhe dá um bem-estar muito grande, contribui para sua saúde mental e alegria, porém, já avisa aos jovens que nem tudo é só deslumbramento. ?Para vencer nessa carreira é preciso ser responsável, muito responsável, tem de estudar, cumprir horários, não ter preguiça, estar disponível para trabalhos em horas não convencionais.? leia também   Profissionalização ainda está começando

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