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<!-- ecarreira -->Executivo ganha adicional como ´juiz´ de conflito

Nos últimos anos, os "árbitros" vêm ganhando espaço, com uma função discreta e restrita aos bastidores dos negócios

Por Agencia Estado
Atualização:

Procura-se alguém ponderado, hábil em listar prós e contras, persuasivo e, acima de tudo, confiável. É improvável ver um anúncio buscando executivos com essas características. Mas quem conhece alguém assim, ou nos últimos tempos tem sido chamado à mesa para ajudar a achar uma saída para disputas, é considerado um talento raro. Essa vocação para a imparcialidade não se restringe apenas ao rótulo ´boa praça´. Rende credibilidade e também um dinheiro extra. Por uma hora de trabalho, os chamados "árbitros do meio empresarial", que atuam em júris longe dos tribunais, ganham, em média, R$ 350. Nos últimos tempos, o campo para a função, discreta e restrita aos bastidores dos negócios, vem ganhando força por meio da legislação e da macroeconomia. "Cada vez mais, as empresas recorrem à arbitragem, meio extrajudiciário de solução de conflitos previsto em lei, quando estão diante de um impasse contratual", explica a advogada Selma Maria Ferreira Lemes, coordenadora do curso LLM (master em Direito) em Arbitragem, a ser lançado pelo Ibmec Law (Centro de Estudos em Direito do Ibmec), em agosto. Estudo das corporações Marc Burbridge, professor da BSP, escola que forma executivos, explica que a arbitragem nasce da Alternative Dispute Resolution (ADR), que consiste em métodos e instrumentos que vêm sendo adotados desde a década de 80 e são calcados no estudo do comportamento humano dentro das corporações. Ele, que atua como mediador para grandes corporações, explica que nos EUA a figura do mediador é mais difundida do que no Brasil. No caso do árbitro, é ele quem sugere uma solução para o caso, amparado nas leis e no bom senso. O papel do mediador é conduzir, por meio do diálogo, as duas partes ao acordo, mesmo verbal. Tanto Burbridge quanto Selma dizem que a demanda por árbitros é maior do que a oferta. "É uma área crescente e, sem dúvida, emergente para profissionais", diz Selma. Câmara de arbitragem Os especialistas lembram que o Judiciário recebe uma pilha de processos que, por ano, ultrapassam o número de 8 milhões, e que a maior negociações entre os países abre campo para a arbitragem internacional. Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou a criação de uma Câmara de Arbitragem para o Mercosul. Selma já atuou em pelo menos 20 tarefas. Foi integrante da comissão relatora da Lei de Arbitragem (9.307), promulgada em setembro de 1996. É uma entusiasta e quer formar novos profissionais para. Sem fábulas Além de coordenar o master do Ibmec, leciona na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, que oferece especialização. Mas não esperem dela um discurso cheio de fábulas. "Não existe o profissional da arbitragem. Existe a circunstância. Não dá para pensar em investir nela como uma profissão e ficar milionário", alerta aos mais jovens. "O sucesso depende da imparcialidade, do caráter e do bom relacionamento que se tem no mercado. Não é para qualquer um." Leia mais em

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