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É melhor não inventar moda nas vésperas da Fuvest

Na contagem regressiva para o vestibular mais concorrido do País, especialistas aconselham os estudantes a manter a rotina, não descontar a ansiedade na comida e praticar simulados

Por Agencia Estado
Atualização:

Faltam seis dias para a primeira fase da Fuvest, mas ainda dá tempo de estudar. Não é preciso varar noites sobre as apostilas - até porque, se fizer isso, não terá energias para a prova no domingo - nem se desesperar ao descobrir que não tem certeza de alguns tópicos das matérias. Basta organizar um plano de estudo ou, se você já tem seguido um planejamento, manter a rotina. "Não adianta tentar mudar tudo na última semana: nem parar de estudar, nem começar a estudar o dobro", diz o coordenador pedagógico do curso CPV, Armando Muller. "O que dá certo é a continuidade. Se o vestibulando está acostumado a fazer um esporte ou outra atividade durante a semana, por exemplo, deve continuar fazendo. Se costuma dormir tarde, continue indo. Ninguém vai conseguir dormir antes do que está acostumado só porque é a semana da véspera da Fuvest." Armando acha que refazer exercícios das últimas edições do exame é um bom caminho, já que vestibular também é treino. "Tentar ver um novo tópico agora só vai fazer mal porque aumentará a insegurança. O melhor é revisar o que já sabe, sem se desgastar demais." Para Ernesto Birner, um dos coordenadores do Anglo, o estudante deve valorizar o que sabe e não supervalorizar o que não sabe. "Ninguém sabe tudo e na prova vai cair, no máximo, uma questão que você não está preparado para resolver. A dica é manter a confiança e o ritmo de estudo, não adianta desesperar." Nessa semana, ele acredita que vale a pena relembrar os pontos mais importantes de cada matéria para ganhar autoconfiança. "Também é preciso dormir bem, alimentar-se direito e tentar se distrair um pouco, principalmente no sábado", diz. "Mas é normal não conseguir se desligar da prova e um pouco de adrenalina não faz mal à ninguém." Para o orientador do cursinho Intergraus, Éder Melga, a ansiedade ´faz parte´. "Como um atleta na véspera da competição, o vestibulando também fica angustiado. Não adianta dizer ´fique calmo´." O jovem precisa ter cuidado para não deixar a ansiedade passar dos limites. "Para isso, evite ficar se testando. Tentar resolver os exercícios mais difíceis dos últimos vestibulares é tortura e não vai ajudar", aconselha. "Também procure ficar distante de pessoas que aumentam o nervosismo, como aquela tia que relembra a história de um outro sobrinho que teve um branco bem na hora do exame e foi reprovado." Controlar a tensão e não atacar a geladeira é outro desafio. "Muitos estudantes descontam a ansiedade na comida", afirma a nutricionista do Colégio São Luís, Andrea Cristianne de Almeida Martins. "E outros estão tão envolvidos com os livros que se esquecem de comer." Longos períodos de jejum, lembra, causam fraqueza e atrapalham a concentração. "Carboidratos e proteínas no café da manhã ajudam a dar energia", ensina. "E, quando a tensão estiver grande, coma uma banana-nanica ou uma barra de chocolate. Eles têm um aminoácido precursor da serotonina - a substância que propicia bem-estar." Tentando uma vaga em administração na USP, Lígia Cahen, de 18 anos, garante que continuará mantendo a rotina de estudos e sua alimentação normal. Apenas no sábado evitará exageros. "Vou almoçar na casa da minha avó e ela já avisou que fará um prato especial", conta. "À tarde, marquei uma sessão de massagem porque quero estar relaxada na hora da prova."

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