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'É fácil saber quem fez um bom MBA', diz headhunter

Luiz Carlos Cabrera afirma que executivo precisa saber diferenciar os cursos disponíveis no mercado

Por Maria Rehder e do Jornal da Tarde
Atualização:

O headhunter Luiz Carlos Cabrera recruta altos executivos desde 1971 e alerta que nas entrevistas de emprego é muito fácil perceber quem fez ou não um bom MBA. E ele ainda deixa bem claro o que entende por bom MBA. Para Cabrera, o curso de pós-graduação sério exige no mínimo cinco anos de experiência profissional e é oferecido por poucas escolas tradicionais no Brasil. Outros que se intitulam MBA, para ele, são apenas cursos de especialização, o que o headhunter chama de "após graduação".   Qual é o peso de um MBA no currículo de um executivo? Tem muito peso, mas é importante explicar as diferenças existentes entre os cursos oferecidos hoje no Brasil, porque quando o jovem entende essa diferença ele pode fazer uma escolha mais adequada.   Mas qual é o diferencial do bom MBA? Aqui no Brasil, os bons MBAs são poucos, eles só existem nas escolas tradicionais como FGV, Ibmec-SP, Faculdade de Administração da USP. O que temos por aí é um monte de cursos de especialização regulamentados pelo MEC, de número mínimo de horas, o que na verdade eu chamo de cursos ‘após graduação’. Eles têm o seu mérito, mas são válidos quando você está trabalhando há pelo menos um ano. A pior coisa que um jovem pode fazer é terminar a graduação e, com receio de enfrentar o mercado, fazer ‘após graduação’ porque acha que vai melhorar a empregabilidade.   As empresas diferenciam o bom MBA? Hoje o entrevistador tem a dimensão clara sobre o que é um bom MBA, pela duração, pelo nome da instituição. Mas não se pode desestimular o jovem que sai da graduação e quer fazer um curso de ‘após graduação’.   Qual é o momento ideal para fazer um MBA de peso? É quando suas definições profissionais estão mais claras, quando já sabe a área que vai atuar. Isso acontece depois de uns cinco anos de experiência.   O peso de um MBA no currículo é muito grande? Faz muita diferença. Você nota o camarada que faz o MBA completo na entrevista, a postura muda. Esse MBA mexe com os três eixos da empregabilidade: conhecimento, competências e rede de relações. As escolas que oferecem esses cursos são instituições com repertório acadêmico pesado.   Mas como um entrevistador percebe isso? A coisa mais triste é você pegar um jovem fazendo um MBA qualquer e perguntar qual a matéria mais gostou no semestre: 70% não lembram o nome da matéria e 50% não lembram do professor. Tenho obrigado meus consultores a fazer essa pergunta e as respostas são de entristecer.   De que forma as empresas valorizam o bom MBA? Normalmente já existe diferencial na remuneração, tanto é que, quando isso não é aplicado pela própria empresa, o aluno acaba mudando de emprego durante o curso. Isso acontece quando a empresa não dá sinais que vai reconhecer o diferencial competitivo que ele passa a ter.   E depois do MBA? Temos os cursos de profissionais que variam de uma a duas semanas. Os internacionais são melhores.

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