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Docentes cobram definição sobre USP Leste

Escola não colocou disciplinas do segundo semestre no sistema. Departamento recomenda não abrir vagas de Engenharia em 2015

Por Paulo Saldaña e Victor Vieira
Atualização:

SÃO PAULO - Professores da Universidade de São Paulo (USP) pressionam a reitoria por uma definição de onde ocorrerão as aulas do segundo semestre do câmpus Leste, interditado desde janeiro. A Comissão de Graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), que faz parte da unidade, decidiu não cadastrar as disciplinas do próximo período sem que haja uma definição. Um departamento da Politécnica recomendou à direção da escola que o processo seletivo do curso de Engenharia da USP Leste não seja aberto no próximo ano.

A universidade aposta na liberação da área antes do início do segundo semestre. O contrato com a Unicid, faculdade particular que abrigou parte das atividades, termina em julho. Também termina o acordo com o Centro Paula Souza, que empresta salas da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Tatuapé, na zona leste. A Justiça decidiu pela interdição por causa dos problemas ambientais da unidade.

Câmpus Leste da USP está interditado desde janeiro Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

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No caso da Each, se as disciplinas não forem para o sistema, os alunos não poderão se matricular. A unidade precisava registrar no sistema a oferta de matérias até 25 de maio. A Comissão de Graduação da Escola já discutiu o adiamento do segundo semestre para 2015, mas não houve essa decisão.

Na Poli, que passou a oferecer na USP Leste o curso de Engenharia da Computação - ênfase em Sistemas Corporativos - a partir deste ano, a dúvida envolve não só questões de infraestrutura, mas também a disponibilidade de professores. O curso é vinculado ao Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais, que entregou recomendação à direção sobre a não abertura de processo seletivo.

“O não provimento dos requisitos (recursos humanos e infraestrutura física) impede que uma nova turma seja levada a cabo com padrão de qualidade e excelência”, diz o documento, ao qual o Estado teve acesso. “Este conselho recomenda que não se abra o processo de ingresso no próximo vestibular.” 

Cargos. Por causa da interdição da USP Leste, as aulas do curso têm ocorrido na Cidade Universitária, na zona oeste. O diretor da Poli, José Roberto Piqueira, afirma que o comunicado expõe preocupação do corpo docente, mas descarta qualquer possibilidade de não haver vestibular. “O departamento está muito preocupado com a possibilidade de ter um curso na zona leste não compatível com a qualidade dos cursos habituais da Poli”, diz. “Porque há perspectiva que alguns cargos não sejam atendidos e a infraestrutura não exista momentaneamente.” Por causa da crise financeira, a reitoria suspendeu a distribuição de 500 cargos.

Para que não houvesse abertura de vagas, a decisão teria de passar pela Congregação da Poli e pelo Conselho Universitário. A reitoria informou que, para o próximo vestibular, não daria tempo de passar por todas as instâncias. A assessoria de imprensa da USP afirmou que todas as medidas solicitadas pelo Ministério Público Estadual para a descontaminação do terreno estão sendo tomadas.

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