Diploma via Enem só sai em abril

MEC impede que aluno que aguarda certificação dispute vaga no superior

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Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

Estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como supletivo só obterão o certificado de conclusão dessa etapa do ensino básico a partir de abril. Em razão do atraso, eles não ingressarão em uma instituição de ensino superior pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC) e dificilmente conseguirão o diploma a tempo de entrar num curso superior ainda neste semestre.   Em portaria elaborada na quinta-feira passada, o ministro da Educação Fernando Haddad definiu 31 de março como data-limite para o participante do Enem pedir a certificação do ensino médio. Segundo informou ontem o Inep, responsável pelo exame, as notas de quem pedir a certificação só serão enviadas às secretarias estaduais de Educação após esse prazo, o que inviabiliza a participação no sistema online de escolha de vagas criado pelo MEC.   O número de alunos nessa situação só será conhecido no fim de março. Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Educação, responsável pela emissão dos diplomas de ensino médio no Estado, fala em "milhares de alunos" à espera do diploma e afirma receber deles "enorme pressão" para a emissão dos certificados "a tempo da matrícula no ensino superior".   Como o novo Enem passou a substituir o antigo Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), não foi realizado no ano passado em São Paulo o exame supletivo organizado pela Secretaria Estadual de Educação, que aderiu ao exame nacional, via Enem.   Segundo Maria Inês Fini, assessora técnica da secretaria estadual paulista, a pasta vai garantir a emissão de todos os certificados assim que os dados do Enem forem liberados pelo Inep. Mas, antes disso, a assessora diz que um problema ainda vai ter de ser resolvido: o Enem deste ano não aferiu o conhecimento dos estudantes em uma língua estrangeira (inglês), parte da matriz curricular obrigatória do ensino médio.   "Vou perguntar ao Conselho Estadual de Educação como resolver essa situação", diz Maria Inês Fini, que ajudou a criar o Enem na década de 1990 e foi crítica do modo "precipitado" como o exame foi ampliado. "O conselho pode aprovar um termo afirmando que podemos certificar neste ano mesmo sem o exame de inglês, mas a secretaria não pode certificar sem a legitimação dessa prova."

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